quarta-feira, 21 de maio de 2008

UFRN promove curso em Educação e Sustentabilidade Ambiental

A busca pelo conhecimento e o estímulo à reflexão sobre questões sócio-ambientais e os princípios da educação para as sociedades sustentáveis estarão entre os objetivos do I Curso de Especialização em Educação e Sustentabilidade Ambiental, promovido pela Base de Pesquisa Ecopedagogia, do Departamento de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.O curso de pós-graduação em nível de especialização propõe uma formação em Educação Ambiental por meio do diálogo permanente entre as ciências e os saberes tradicionais. Com carga horária de 420 horas, a formação é voltada para Educadores em geral, profissionais da área da Saúde, Turismo, Psicologia, Direito, Engenharias, Meio Ambiente e outras áreas afins. Durante um ano, os alunos vão conhecer os fundamentos da problemática ecológica atual, que engloba situações como o efeito estufa e o aquecimento global. O corpo de professores é formado por Alvamar Queiroz, Nísia Floresta, Edmilson P. de Albuquerque, Elias Nunes, José Pires, Francisco A. Pereira, Sandra Kelly e Vidal Sunción, além de Aristotelino Monteiro e Magnus Gonzaga.
Fonte: 21/05/2008 - Tribuna do Norte

A prioridade do saneamento básico

SANEAMENTO: Cerca de 63 milhões de litros de dejetos sem tratamento são despejados diariamente no rio Potengi, num crime sem culpados


Apenas 22% do Rio Grande do Norte é saneado. A expectativa do Governo do Estado, no entanto, é ampliar esse número em 150% nos próximos dois anos. Com isso, a expectativa é de que o número de regiões com esgotamento sanitário e tratamento de esgotos chegue a 55%. Os recursos para atingir a ousada meta, segundo o poder público, já estão garantidos. As obras - orçadas em R$ 630,7 milhões - virão da Companhia de Águas e Esgotos do Estado (Caern), Prodetur, Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Orçamento Geral da União (OGN) e através dos programas Pró-Saneamento e Saneamento para Todos.
A capital, onde todos os dias são despejados 63 milhões de litros de dejetos sem tratamento no rio Potengi e convive há vários anos com a polêmica da contaminação dos poços com altos níveis de nitrato, vem na linha de frente do projeto de saneamento. Ainda assim, outras regiões serão contempladas, como Parnamirim, Mossoró, Caicó, Assu, Macaíba, São José de Mipibu, Canguaretama, Angicos, Nova Cruz, Goianinha e João Câmara.
O Governo acredita que essas cidades devem chegar a 2010 100% saneadas. “Essa ênfase para as obras de esgotamento sanitário é natural e ocorre em todo o país. Os projetos que estamos implantando são obras pensadas para longos prazos”, destacou o diretor administrativo da Caern, Onaldo Rogério Dantas.
Para ele, o RN possui um baixo percentual de áreas saneadas em função das dificuldades, até então, para captação de recursos e, principalmente, por conta das exigências ambientais. Várias obras deveriam ser concluídas em 2006, conforme previa inicialmente o plano de esgotamento sanitário, mas ainda estão entravadas. Esse é o caso do esgotamento de Pium, Cotovelo e Pirangi.
A questão do Saneamento básico é um dos vários pontos ligados à infra-estrutura do Estado que serão discutidos no seminário “Motores do Desenvolvimento do RN”, que acontecerá no próximo dia 2 de junho, na Casa da Indústria, promoção da TRIBUNA DO NORTE, Fiern, Fecomércio, Governo do Estado, Prefeitura de Natal, Assembléia Legislativa, UnP e Banco do Brasil, com apoio da consultoria RGarcia.
Dentro do projeto de saneamento, a CAERN pretende duplicar o índice de coleta de tratamento de esgotos, chegando a 61%. As verbas - cerca de R$ 52 milhões - já estão garantidas para implantação da rede coletora ainda este ano nos bairros de Nova Descoberta, Morro Branco, Capim Macio, Planalto e Redinha, além de bairros da zona Oeste, como Cidade Nova, Felipe Camarão, Bom Pastor e Guarapes. Essa ampliação só será viabilizada com a conclusão da Estação de Tratamento de Esgotos do Baldo, a Estação de Tratamento de Esgotos Jundiaí e o Emissário Submarino da zona Sul de Natal.
Prevista para estar pronta ainda em 2008, a Estação de Tratamento Central do Baldo ficará encarregada de tratar dejetos de 21 bairros de Natal, inclusive Candelária, cuja rede foi concluída recentemente.

Zona Norte
Em relação à Zona Norte, a CAERN acredita que o problema da coleta de esgoto nos bairros da região será sanado com a Estação Jundiaí. Entendimento semelhante se faz em relação à Zona Sul, onde a Companhia espera que o Emissário resolva definitivamente os problemas da área. Polêmico e enfrentando forte rejeição por parte de ambientalistas e Ministério Público, o emissário é um sistema que vai coletar os resíduos, tratá-los e lançá-los em alto mar, a cinco quilômetros da praia, situada nas proximidades da Barreira do Inferno. Os estudos estão em andamento e a obra está orçada em R$ 82 milhões.
Mossoró
Em Mossoró, o saneamento básico também é um problema. Em percentuais, a segunda cidade do estado está abaixo da média estadual quando o assunto é o esgotamento sanitário. Hoje, apenas 20% do município conta com sistema coleta de esgotos. Ainda assim, o governo e a prefeitura acreditam que até 2010, pelo menos 76% da cidade esteja saneada.
As vantagens do aterro sanitário
O tratamento e o gerenciamento do lixo doméstico na capital pode ser dividido em duas fases: antes e depois da construção do Aterro Sanitário da Região Metropolitana de Natal, localizada no município de Ceará-Mirim. Instalado na região há quatro anos após muita polêmica e uma licitação pública, o aterro provou que, neste caso, a privatização foi o melhor caminho. Com a entrada em funcionamento do aterro de Ceará-Mirim, em 2004, cujo maior cliente é de longe a cidade de Natal, o Lixão de Cidade Nova é hoje apenas uma estação transbordo.
Todos os dias, entre 60 a 90 caminhões percorrem quase 25 km para despejar o equivalente a mil toneladas de lixo no Aterro da Região Metropolitana de Natal, em Ceará Mirim. O município paga à empresa Braseco - resultado da união da italiana Casagna com a brasileira Sereco - R$ 33,85 por tonelada de lixo entregue para tratamento de destinação. É o preço mais barato pago por Prefeituras no Brasil para esse tipo de serviço.
Henrique Muniz Dantas, diretor-presidente da Braseco, explica que metade do lixo que dá entrada no aterro sanitário é matéria orgânica e produz uma grande quantidade de chorume tratado em cinco lagoas interligadas. Na Europa é diferente: a consciência da população faz com que o lixo domiciliar saia separado e chegue em condições de receber um tratamento menos complexo.

Será o fim do nitrato nas águas de Natal?
A polêmica sobre os altos níveis de nitrato na água usada pelo natalense fizeram a CAERN se mexer e, após várias denúncias por parte de ambientalistas e a promotoria pública, o órgão acredita que já tenha a solução. A construção de duas adutoras – a do Jiqui e a da Zona Norte - está sendo apontada como solução definitiva para resolver os problemas de abastecimento de água em Natal.
A adutora do Jiqui terá estação elevatória e 14 quilômetros de extensão, partindo do Jiqui até chegar ao Tirol, nas proximidades do hospital Walfredo Gurgel, Com capacidade para fornecer 2.900 metros cúbicos de água por hora, a adutora vai diluir a água retirada de poços, com índices elevados de nitrato (acima de 10 miligramas por litro), e distribuí-la numa região onde hoje reside mais da metade da população (405 mil habitantes). O eixo envolve o Alecrim, Quintas, Nova Descoberta, Potilândia, Morro Branco, Praia do Meio, Santos Reis, Tirol, Barro Vermelho, Lagoa Seca, Pirangi, Ribeira, Rocas, Mãe Luiza, Cidade Alta, Lagoa Nova, Dix-Sept Rosado, Bairro Nordeste e Cidade Alta. No total, serão aplicados R$ 13,6 milhões nessa obra.
A adutora Rio Doce tem finalidade semelhante. Vai atender a localidades dos conjuntos Gramoré e Pajuçara, onde também existe nitrato na água. São três quilômetros de extensão para transporta a água captada em poços perfurados à margem esquerda do rio Doce. A produção será de 400 metros cúbicos por hora e o projeto está orçado em mais de R$ 853 mil. Além da adutora, a Caern pretende substituir a rede que capta água da Lagoa de Extremoz, cuja vazão atual é de 2.160 metros cúbicos de água por hora. Espera-se que a obra também seja capaz de resolver a falta de água e suspensões no abastecimento de bairros da zona Norte, exceto Gramoré, Pajuçara – atendidos pela adutora – e Parque dos Coqueiros, que conta com sistema de poços.
No bairro de Planalto, além da implantação de esgotos, que custará R$ 9,7 milhões, a Caern vai investir em melhorias no abastecimento, com a construção de reservatórios. Serão R$ 2,9 milhões, destinados à expansão da rede e melhoria do sistema. Os recursos estão sendo financiados pela Caixa, através do FGTS. Já em Parnamirim, haverá a ampliação e melhoria no abastecimento com a importação de água da Lagoa de Pium. O intuito é também reduzir as concentrações de nitrato presente na água. O mesmo vai ocorrer em Macaíba.
Fonte: Tribuna do Norte - 21/05/2008

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Dano ambiental consome 6% do PIB global

A destruição da flora e da fauna está custando ao mundo 3,1 trilhões de dólares por ano, cerca 6% da soma do PIB (produto interno bruto) de todos os países, afirma um novo estudo encomendado pela União Européia.
O conteúdo do documento, antecipado pela revista alemã "Der Spiegel", deve ser divulgado na íntegra hoje na COP 9 --a 9ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica das Nações Unidas), em Bonn (Alemanha).
Segundo o autor principal do estudo, Pavan Sukhdev, economista do Deutsche Bank na Índia, o levantamento também indica que "os pobres do mundo arcam com a maior parte do custo."
Em sua edição que chega hoje às bancas, a "Der Spiegel" também afirma que a chanceler alemã Angela Merkel deve anunciar agora um aumento substancial em verbas para o combate ao desmatamento. O objetivo é se equiparar à Noruega, que desembolsa 500 milhões de dólares por ano para reter o que resta de suas florestas.
O desmatamento --o do Brasil, inclusive-- é o tema central da COP 9 por ajudar a contribuir para o aquecimento global e por ser um dos principais fatores por trás da extinção de animais e plantas.
A WCU (União Mundial para a Conservação) considera ameaçados hoje uma em cada quatro espécies de mamíferos, um de cada quatro pássaros, um terço dos anfíbios e 70% de toda a biodiversidade vegetal do planeta.



Fonte: Portal da Uol - 19/05/2008

domingo, 18 de maio de 2008

'De quem é a Amazônia, afinal?', diz 'NY Times'

Uma reportagem publicada neste domingo no jornal americano The New York Times afirma que a sugestão feita por líderes globais de que a Amazônia não é patrimônio exclusivo de nenhum país está causando preocupação no Brasil.
No texto intitulado "De quem é esta floresta amazônica, afinal?", assinado pelo correspondente do jornal no Rio de Janeiro Alexei Barrionuevo, o jornal diz que "um coro de líderes internacionais está declarando mais abertamente a Amazônia como parte de um patrimônio muito maior do que apenas das nações que dividem o seu território".
O jornal cita o ex-vice-presidente americano Al Gore, que em 1989 disse que "ao contrário do que os brasileiros acreditam, a Amazônia não é propriedade deles, ela pertence a todos nós".
"Esses comentários não são bem-aceitos aqui (no Brasil)", diz o jornal. "Aliás, eles reacenderam velhas atitudes de protecionismo territorial e observação de invasores estrangeiros escondidos."
O jornal afirma que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta aprovar uma lei para restringir o acesso à floresta amazônica, impondo um regime de licenças tanto para estrangeiros como para brasileiros.
"Mas muitos especialistas em Amazônia dizem que as restrições propostas entram em conflito com os próprios esforços (do presidente Lula) de dar ao Brasil uma voz maior nas negociações sobre mudanças climáticas globais - um reconhecimento implícito de que a Amazônia é crítica para o mundo como um todo", afirma a reportagem.
O jornal diz que "visto em um contexto global, as restrições refletem um debate maior sobre direitos de soberania contra o patrimônio da humanidade".
"Também existe uma briga sobre quem tem o direito de dar acesso a cientistas internacionais e ambientalistas que querem proteger essas áreas, e para companhias que querem explorá-las."
"É uma briga que deve apenas se tornar mais complicada nos próximos anos, à luz de duas tendências conflituosas: uma demanda crescente por recursos energéticos e uma preocupação crescente com mudanças climáticas e poluição."

Fonte: http://noticias.uol.com.br/bbc/reporter/2008/05/18/ult4904u550.jhtm - 18/05/2008