sábado, 30 de maio de 2009

Prefeitura retira cartazes das ruas

A fim de diminuir a poluição visual da cidade, secretarias iniciam neste sábado Publicidade Legal, ação que será continuada com votação de lei.


Por Isabela Santos


Todas as faixas, cartazes publicitários e outdoors que não são regulamentados pela Prefeitura do Natal estão sendo retirados por equipes das secretarias municipais do Meio Ambiente (Semurb) e Serviços Urbanos (Semsur).

De acordo com o secretário da Semsur, João Bastos, a ação Publicidade Legal segue pelos meses de junho e julho, quando deve ser apresentado à Câmara um projeto de lei emergencial. “Sempre se fazia o trabalho, só que de forma muito lenta”, disse.
“A cada duas faixas que tiramos, tem mais cinco colocadas”, concorda o secretário da Semurb, Kalazans Bezerra.
A ideia é que Natal seja referência em cidade sustentável do Brasil. “Até o final de 2009, Natal vai estar com outra cara”, garantiu Kalazans.
De acordo com os gestores, será criado um selo que deve constar em todos os informes publicitários, que terão o seu número de cadastro disponível na internet. Assim, a população poderá fiscalizar junto com as secretarias.
Para isto, será cobrada uma taxa, qualificada como “irrisória” por João Bastos, que informa que a regra será válida tanto para setor privado, como para o público. “A prefeitura licenciará os seus próprios panfletos”, exemplifica.
A medida prevê que sejam estabelecidos o lugar e o período que a propaganda pode permanecer afixada. Se o prazo for descumprido, quem colocou fez a distribuição será autuado.


Fonte: Portal Nominuto.com, 29/05/2009

Denúncia de som alto quase inviabiliza tradicional forró no mercado de Petrópolis

O tradicional forró que acontece todas as sexta feiras no Mercado de Petrópolis há mais de três anos quase foi impedido de ser realizado na noite de hoje. De acordo com comerciantes do local, tudo já estava pronto e preparado quando a festa foi proibida de ser realizada por fiscais da Semurb.
"O que mais nos deixou indignados é que nada nos foi avisado. Ninguém chegou para a gente e disse os reais motivos do cancelamento. Estava tudo pronto, banda posta, som montado. Mas as pessoas que chegavam para a festa eram orientadas a deixar o local", disse a comerciante Isabela Pacheco.
De acordo com o titular da Semurb, Kalazans Pinheiro, o que motivou a interdição momentânea da festa foi uma denúncia. "Recebemos uma reclamação do volume de som que estava sendo utilizado. Hoje nossa equipe foi lá e constatou que o som estava acima dos 55 decibéis permitidos para o horário. Fizemos uma notificação e orientamos que o volume fosse colocado em níveis permitidos. Se isso for feito, a festa transcorrerá normalmente", explicou.
Segundo a comerciante Isabela Pacheco, se o forró não puder ser realizado, o prejuízo estimado com o cancelamento gira em torno de R$ 700. "Abastacemos nossos quiosques, gastamos dinheiro e podemos ficar no prejuízo", reclamava. Ao todo, além de Isabela, oito comerciantes lucram com a festa.

Fonte: Diário de Natal, 29/05/2009

COMENTÁRIOS DE GUSTAVO SZILAGYI

Está de parabéns a equipe de Fiscais da SEMURB, que cumpridores de seu dever fizeram mais uma operação em busca de levar aos moradores de nossa amada cidade Natal o devido sossego público, direito constitucional tão violado em nossa cidade.
Está de parabéns o Secretário de Meio Ambiente, Kalazans Bezerra por coordenar atividades deste tipo e estar cercado por um grupo tão competente. No entanto, é preciso que se dê mais estrutura para este pessoal trabalhar.
Acredito muito na competencia de nosso Secretário e com este grupo de fiscais, tenho certeza de que a SEMURB finalmente fará acontecer em Natal.
Como ambientalista, acredito que as lei ambientais passaram a ser cumpridas, pois Kalazans é um pleno conhecedor e defensor delas, e não permitirá que elas sejam rasgadas como até recentemente eram.
Natal finalmente entrou em um novo momento. Parabéns secretário, parabés fiscais, parabéns SEMURB.

domingo, 24 de maio de 2009

ASSOREAMENTO AMEAÇA RIO POTENGI

Mesmo sendo dragado 24 horas em vários pontos de seu curso, o nível de assoreamento do Rio Potengi é tão alto que bastam os períodos de cheia do rio para que enormes bancos de areia se formem ao longo de seu curso.
Isso dá uma amostra do tamanho do impacto gerado pelo homem no momento em que promove o desmatamento das matas ciliares dos rios, retirando de suas margens aquela vegetação que irá proteger o rio de se "afogar" em meio a tanta areia e material que é transportado para dentro de seu leito.
O Rio Potengi nasce na Serra de Santana, mais especificadamente no Município de Serro Corá, percorrendo mais de 120 km até sua foz, quando encontra-se com o Oceano Atlântico, no Município de Natal. Nestes 120km, o Rio Potengi vem transportando de tudo o que é despejado em seu leito: areia, barro, entulho de cerâmicas, lixo, esgoto, animais mortos... Enfim, o que estiver em seu caminho é carreado do alto curso em direção ao baixo curso, depositando-se próximo as suas margens e, sobre tudo, na área de manguezal, situado no estuário.
Em aula recente com alunos do curso de Engenharia Civil da Universidade Potiguar, visitamos no Município de São Gonçalo do Amarante uma mineradora que explora, via dragagem, o material arenoso utilizado na Construção Civil, e que abastece o Município de Natal.
Nesta oportunidade, pudemos acompanhar como é feito o trabalho de dragagem do rio e ver, in loco o tamanho do impacto gerado pela ocupação irregular das margens do Rio Potengi. Esta ocupação provoca mais assoreamento seja por fazendeiros da região, ou pelo crescimento das cidades e distritos locais.
A draga retira diariamente cerca de 50 caminhões de 05 m3 de areia bruta, o que dá em torno de 250 m3/dia. Na área onde é feito a dragagem, surge um "lago" com 08 metros de profundidade, que no dia seguinte já está completamente assoreado.
Para este tipo de atividade, esta rápida "reposição" de sedimentos é fundamental, vez que garante a produção e comercialização do produto (devidamente licenciado junto aos órgãos ambientais do estado e da União), no entanto, para o rio, este volume de material é um triste sinal de que algo não está bem.
Se formos pensar então que este material constituía uma densa capa de solo em áreas emersas situadas no agreste potiguar, e que devido aos processos erosivos foram perdidos no momento em que são carreados para dentro do rio, configura-se um retrato ainda mais triste. As marcas do processo erosivo não ficaram apenas na bucólica paisagem do sertão, ou no imaginário do home do campo, mas sobretudo, ficaram marcadas no trabalho do sertanejo, que terá suas melhores terras varridas para sempre pelas águas da esperança de uma boa safra.

Natalense consome água imprópria

Alta concentração de nitrato nos poços abrange todas as regiões da capital e preocupa os especialistas
Por Gabriela Freire


A contaminação da água de Natal por nitrato já atinge toda a população da capital potiguar. E mais: pelo menos as próximas duas gerações estão condenadas a consumir água impura. A alta concentração da substância - obtida na decomposição das fezes - nos poços que abastecem a cidade provocou uma série de medidas, algumas inéditas no país, como a redução no valor da conta de água, que, pelo que afirma o geólogo Reinaldo Petta, não vai exterminar o problema. Mesmo assim, a Companhia de Águas e Esgotos do Estado (Caern) segue com um trabalho cujo foco é normalizar o nível de nitrato por cada litro de água que chega até as casas dos natalenses.

A Organização Mundial de Saúde define que, se a água apresentar concentração de nitrato acima de 10mg/l deixa de ser potável. A água é considerada potável quando é própria para o consumo sem apresentar risco à saúde humana. Em Natal, alguns poços chegam a apresentar mais de 30mg/l. "O problema do nitrato nas águas de Natal é antigo. Tem mais de 15 anos. O que chama a atenção é o nível de contaminação, muito superior ao de cidades como João Pessoa, Fortaleza e Recife, que sofrem com o mesmo problema", alertou Reinaldo Petta.

Para reverter esse quadro, a Caern desativou 26 poços de abastecimento de água nos últimos anos. "Por meio do monitoramento, a empresa detecta os pontos específicos onde o nitrato tem índices acima de 10 mg/l, informando aos consumidores através das contas mensais de água e esgotos. Nas contas constam os índices de cloro residual, coliformes totais, nitratos, P.H e turbidez, bem como os valores mínimos e máximos, de acordo com a portaria do Ministério da Saúde", destacou a assessoria de imprensa da companhia.

Cumulativo

O problema, como aponta Petta, é que o nitrato presente nos poços de Natal vai durar para sempre. "É cumulativo", diz. A solução encontrada pela Caern, para garantir a distribuição de água potável para a população de Natal, é a diluição do produto captado em alguns poços.

Lençol freático quase totalmente poluído

Hoje, o lençol freático que abastece Natal está quase totalmente poluído, afirma Reinalo Petta. Apesar de muitos apontarem o saneamento de toda a cidade como solução para o problema de contaminação da água, o geólogo é fatalista. "Se Natal for 100% saneada, não haverá uma recarga adequda no aquífero e em pouco tempo não vai ter água suficiente para a população. Nem o povo, nem a classe política pode fazer nada", disse.

Adutora beneficiará mais de 400 mil pessoas

A nova adutora do Jiqui é a "carta na manga" da administração estadual para resolver o problema de contaminação por nitrato em Natal. Seus 14 km de extensão atenderão 405 mil habitantes em 19 bairros das zonas Sul e Leste. A água distribuída pela adutora vai diluir o produto captado em alguns poços de Natal que apresentam teor de nitrato acima de 10 mg/litro, além de ampliar a produção de 1.400 para 2.600 metros cúbicos por hora. De acordo com informações da Caerm, 90% da obra já está concluída.

Para atender alguns pontos dos conjuntos Gramoré e Pajuçara na Zona Norte, onde foi registrada a presença do nitrato acima de 10 mg/litro, a Caern iniciou a construção uma adutora, com três km de extensão, para transportar água captada através de quatro poços já perfurados à margem esquerda do Rio Doce, onde não há presença de nitrato.

Fonte: Diário de Natal, 24 de maio de 2009

COMENTÁRIOS Gustavo Szilagyi

Esta adutora não servirá de nada se o Rio Pitimbu continuar a ser degradado da forma como está sendo.
Quase 100% dos esgotos domésticos do Bairro Planalto são jogados de forma in natura no Rio Pitimbu. 30% dos esgotos de Parnamirim também escoam em sua forma pura e concentrada para dentro daquele rio. Atrelado a isso ainda estão as pocilgas de porcos, galinheiros e currais de gado situados as margens do Pitimbu. Isso sem falar dos constantes processos de assoreamento gerados pela instalação dos empreendimentos das grandes "defensoras" do meio ambiente, as construtoras.
Infelizmente, não consigo deixar de vislumbrar um futuro negro para Natal se continuarmos nas mãos da CAERN e da bancada do Concreto Potiguar.