sexta-feira, 29 de agosto de 2008

O que fizeram com Ponta Negra?

Quem não conhece Ponta Negra?
Esta chega ser uma pergunta estúpida quando feita a um natalense ou morador da cidade, visto ser Ponta Negra a principal praia urbana da cidade do Natal, e seu principal cartão postal, conhecida hoje como a Ponta Negra dos turistas, dos investidores, dos restaurantes chiques, dos hoteis, do tráfico de drogas, da prostituição... em fim, uma Ponta Negra que não merece ser lembrada.
Porém, poucos são aqueles que conheceram ou se lembram da Ponta Negra do natalense, do pescador e do poeta. A Ponta Negra dos namorados, dos grupos de amigos e dos luais.
Por e-mail recebi este postal de Ponta Negra no início dos anos 1980, quando o conjunto acabara de ser construído, quando seus primeiros moradores (não de veraneio) começavam a chegar e se instalar definitivamente junto aquele cartão postal.
Veja a Av. Eng. Roberto Freire, ainda uma pista simples de mão dupla, quase sem carros trafegando. A faixa de praia e a área Non Aedificandi apresentando algumas esparças casas de veraneio dos Natalenses mais abastados das décadas de 70 e 80. Veja a rota do sol ao fundo, mostrando o quão longe era chegar a tão próxima praia de Pirangi. Veja o morro do careca, mostrando a sinuosidade de tão bela cintura femenina que o marcava. Perceba o terreno onde hoje se assenta o Praia Shopping, onde antes a vejetação típica dos tabuleiros costeiros recobriam o frágil e permeável solo de dunas característico de nossa cidade.
Compare esta foto com as atuais, retiradas em 2007. Perceba que o morro do careca embarrigou; perdeu sua forma graciosa. Ficou rechonchudo, disforme... perdeu a graça!
Veja a faixa de praia, ou melhor, tente enxergá-la diante de tanto concreto e cerâmica.
Pois é amigos, Ponta Negra já não é mais a mesma. Que bom que eu sou um daqueles sortudos que pode viver a Ponta Negra deste postal.
Por Gustavo Szilagyi

Semurb embraga obra de igreja no San Vale

A construção, segundo a Semurb, está numa área de proteção ambiental

A construção de uma igreja no San Vale foi embargada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) por não ter licença ambiental. A obra está localizada na Zona de Proteção Ambiental 1 (ZPA 1), onde é preciso autorização especial para construir qualquer tipo de empreendimento. Na manhã de ontem, equipes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) estiveram no local para solicitar o comparecimento do proprietário do imóvel à sede do órgão, em um prazo de 72 horas, para tomar as providências cabíveis. Como não havia ninguém no terreno, eles afixaram cartazes com a intimação nas estruturas de concreto que já ocupam o espaço.
De acordo com o fiscal ambiental da Semurb, Gustavo Szilagyi, caso o responsável não compareça, a secretaria vai dar entrada no processo administrativo que será encaminhado ao Ministério Público. ‘‘A gente não quer impedir que eles construam, mas eles têm que seguir a lei ambiental’’, observou. A obra começou a cerca de uma semana e no terreno de aproximadamente 500 metros quadrados, localizado em uma área interdunar, foi feito um aterro para erguer a estrutura da igreja.
No final da tarde de quarta-feira, funcionários da empresa responsável pela construção estavam colocando as colunas de concreto que sustentarão o teto da igreja, quando foram surpreendidos pela Guarda do Parque da Cidade. Eles chegaram a discutir com os fiscais e os acusaram de perseguição política. ‘‘Não existe perseguição, nós só estamos fazendo nosso trabalho. Isso é uma falta de respeito com a cidade e com o funcionário público’’, disse Gustavo Szilagyi.
Aparentemente, a obra é tocada apenas no final do dia, quando o movimento no bairro diminui. A fiscalização da Semurb passa diariamente no local, por causa do Parque da Cidade, e estava acompanhando a movimentação em torno da obra, mas nunca conseguia encontrar operários ou engenheiros no local. A ZPA 1 está ligada ao Parque da Cidade e por determinação judicial a Semurb não pode autorizar construções em San Vale até que obras de drenagem e saneamento sejam realizadas no bairro.
Fonte: Diário de Natal, 29/08/2008

Chove 3 vezes mais em agosto

A Empresa de Pesquisas Agropecuárias do Rio Grande do Norte (Emparn) registrou 378,1 milímetros (mm) de chuva em agosto, um índice pluviométrico atípico para o mês que tem média anual de 111,3 mm. De acordo com o meteorologista Ueliton Pinheiro, esse é o maior volume registrado no mês desde 1911, quando a Emparn iniciou o trabalho de acompanhamento das chuvas caídas no estado. Mas os números não param por aí. Durante o período de janeiro a agosto deste ano, foram verificados vários índices acima de seus valores históricos.
Na Microrregião de Natal, que inclui as cidades de Natal e Parnamirim, a média passou de 1.408 mm para 1.532 mm, um desvio positivo de 9%. Porém outras regiões superaram esse volume, como a Microrregião Litoral Sul, que engloba oito municípios e passou de 1.007,3 mm para 1.284,5 mm, aumentando 34% do índice normal. O município de Baía Formosa merece destaque, já que o volume de chuva foi 144,6% maior que nos anos anteriores. O índice normal passou de 687,3 mm para 1.681,3 mm, aumentando 994 mm.
A tendência é que essas chuvas permaneçam pelo menos durante a noite e ao amanhecer. A previsão para os próximos dias é de céu parcialmente nublado com pancadas de chuva na região leste, ou seja, a faixa litorânea. Em Natal, a temperatura para hoje e amanhã varia da mínima de 22 graus Celsius (C) à máxima de 27,5C. A umidade do ar chega a 86%. Já no interior do estado, a previsão é de céu nublado. Em Mossoró, a temperatura varia de 24,5C a 33C; em Caicó a mínima é de 24C e a máxima de 32,7C; no município de Santa Cruz, de 23,5C a 31,7C; apenas Martins registra o frio característico da serra, com mínima de 18,8C e máxima de 29,4C.
O motivo para esse período de chuva e temperatura baixa à noite é a aproximação e aumento na intensidade do Sistema de Alta Pressão do Atlântico Sul, que chegou à costa potiguar. O fenômeno provoca o aumento dos ventos de Sudeste, nebulosidade, chuvas e uma sensação térmica diferente, que está fazendo o natalense sentir frio durante a madrugada.


Fonte: Diário de Natal, 29/08/2008