
Este BLOG é uma idealização do Geógrafo Gustavo Szilagyi. Fórum criado com o objetivo de divulgar, debater, denunciar e comentar acerca de eventos ambientais de ocorrência no estado do Rio Grande do Norte, bem como em nível nacional com repercussões no RN. É um portal para que as pessoas possam soltar um verdadeiro GRITO VERDE às causas ambientais.
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
Justiça paralisa desmatamento no bairro de Capim Macio

Moradores de Capim Macio promovem abaixo assinado

Diante o fato lamentável ocorrido ontem, quando a prefeitura deu início a derrubada cerca de mais de mil árvores que formam este tapete verde no coração de Capim Macio, como se pode observar na foto, a população do bairro decidiu promover um abaixo assinado com o fim de solicitar a paralização imediata da construção desta lagoa, bem como que seja realizada uma nova audiência pública na comunidade para se discutir o projeto ora posto.
Recebi do morador de Capim Macio, o Sr. Manoel Canuto Neto, o texto do abaixo assinado em defesa da área, o qual reproduzo na íntegra, e que pode ter a sua participação através do e-mail mcsneto@uol.com.br.
Diponibilizamos ainda no blog uma pesquisa interativa (na coluna ao lado) onde o leitor do BLOG GRITO-VERDE poderá dar sua opinião acerca da proteção da área ou não. participe, de sua contribuição.
Participe de mais este movimento em defesa de nosso Meio Ambiente. Solte mais este GRITO-VERDE.
Gustavo Szilagyi
Além do dano ambiental iminente, uma vez que o terreno em questão possui mata nativa e frutífera, com dezenas de anos de crescimento, bem como variadas espécies da fauna que serão invariavelmente prejudicadas, estamos preocupados com as conseqüências que poderão advir dessa obra em termos climáticos, hidrológicos e ecológicos, sobretudo, quando observamos o ocorrido nos últimos meses quando as chuvas caídas na cidade provocaram inundações e invasão das águas das lagoas já existentes nas casas dos moradores que residem nas imediações de tais obras.
Em razão disso, solicitamos de V.S.ª o máximo empenho para solucionar esta situação.
Prefeitura derruba árvores nativas na Zona Sul
Além de Joanisa, os moradores das proximidades Flávio Rodrigo e Telma Romão chegaram ao local para tentar proibir o crime ambiental. Aos poucos, outras pessoas, ao perceberem a movimentação, se aproximavam do terreno em solidariedade. Fátima Pignataro, veio caminhando por entre os troncos cortados com uma sacola plástica na mão e, emocionada, recolhia folhas dos pés que um dia fizeram parte do terreno de seu pai. “Eu cresci brincando aqui e o “progresso” chega e destrói tudo”, lamenta Fátima.
Ela explica ainda que o terreno pertencia ao seu pai de 80 anos, porém a Prefeitura apropriou-se da área e não pagou a indenização ainda. Fátima disse que nunca houve interesse da família em ceder o terreno usado semanalmente como área de lazer. “Ligaram para papai e disseram que se a gente não saísse por bem, sairíamos por mal”.
O contador, Manoel Canuto de Sousa Neto, entrou com uma ação civil pública no Ministério Público Estadual contra a obra da lagoa de captação. Há cerca de três meses a ação foi instaurada e no dia 30 de novembro a ação foi transferida para o Ministério Público Federal. Manoel alega que a prefeitura cometeu um crime ambiental por não ter esperado a decisão judicial. E estava indignado porque as obras não estavam paralisadas oficialmente.
Francisco Iglesias, presidente da Associação Potiguar dos Amigos da Natureza, já havia conversado na manhã de ontem com o promotor do Meio Ambiente, Márcio Diógenes e este solicitou a Damião Pita, secretário municipal de Obras e Viação (Semov), a suspensão da obra. A reportagem da TRIBUNA ao procurar o secretário da Semov, recebeu a informação de que o corte das árvores estava suspenso temporariamente, mas não a obra.
Semov dará continuidade às obras da lagoa de captação
“A idéia da Semov é continuar a obra. Certamente não haverá problema em continuar. Temos a licença ambiental e a própria Semurb (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo) já prestou os esclarecimentos necessários para a população. Estamos cientes de toda a situação, a obra foi estudada e é um trabalho de vários meses”, esclareceu Damião Pita.
Francisco Iglesias contestou o esclarecimento de Damião. “A gente está acompanhando estas obras das lagoas na cidade e não há projeto urbanístico nem humanístico”, afirmou. A moradora, Mirna Medeiros Pacheco, disse que ficaria no local o tempo que fosse preciso. A arquiteta e urbanista, Milena Sampaio, disse que ao procurarem a Semurb, a secretaria alegou que uma audiência pública havia sido realizada, mas, Milena assegura que os moradores não tomaram conhecimento. “A obra está sendo conversada há três meses e ninguém ficou sabendo da audiência”, afirmou a arquiteta.
João Paulo, engenheiro da empresa Queiroz Galvão, discutia com Milena Sampaio. A arquiteta questionava a legalidade da obra. O engenheiro enfatizava que os moradores não tinham o direito de interromper as obras e chegou a dizer que a polícia podia expulsar os manifestantes da área. “Nós não queremos impedir que a obra da lagoa seja feita. Só queremos que a obra tenha consciência ambiental”, esclareceu Milena. A área é composta por mangabeiras, ipê roxo, pau-ferro, pau-branco, pau-canela, cajueiro selvagem e outras espécies.
Hoje, o secretário Damião Pita pretende conversar com o promotor Márcio Diógenes sobre o assunto da lagoa de captação. A TN procurou a Semurb para prestar esclarecimentos sobre a obra, mas não obteve resposta.
Fonte: Tribuna do Norte - 14/11/2008
Governo autoriza destruição de cavernas
Um decreto presidencial publicado esta semana, alterando as regras para exploração do solo em áreas de cavernas no território nacional, ameaça de destruição cerca de 80% das cavernas existentes no Rio Grande do Norte. A denúncia é de organizações não-governamentais que atuam na defesa ao meio ambiente aqui no estado.
Governo muda regras para exploração econômica em áreas de cavernasAlém disso, mesmo cavernas classificadas como de relevância máxima podem ser destruídas, caso o empreendedor se comprometa a preservar outras duas com as mesmas características. “Essa política é desastrosa do ponto de vista da preservação ambiental”, alerta o advogado Sólon Almeida Netto, presidente da Sociedade de Espeleologia Potiguar – SEP. “Na prática, o governo institucionaliza o pagar para destruir. A lei dá preço aos bens naturais e autoriza que se pague para destruí-los”, completa.