sábado, 2 de agosto de 2008

+ de 4 mil acessos em 8 meses

Prezados amigos verdes;

Gostaria de externar à todos minha alegria e satisfação de estar completando mais de 4 mil acessos em menos de 1 ano de criação do Blog Grito-Verde.
Confesso a todos que quando criei o Blog Grito-Verde, fruto de uma "insistência" do amigo e companheiro de PV Kalazáns Bezerra, não acreditava que este espaço viesse a ter mil acessos antes de completar 10 meses, muito menos que com pouco mais de 8 meses ele já teria ultrapassados os 4 mil acessos.
Devo esta conquista a todos os meus amigos, conhecidos e pessoas que nem mesmo conheço, mas que usam este espaço para pesquisar, se informar e debater acerca das questões ambientais que vem afligindo nossa sociedade.
Quero neste momento agradecer a todos vocês pela confiança e pela ajuda em construir um espaço de debate amplo e democrático, onde verdadeiramente podemos soltar um GRITO VERDE em nome da natureza.
Atenciosamente;
Gustavo Szilagyi
Geógrafo

Por uma globalização mais humana

Apesar de não ser um devoto da Geógrafia pensada por Milton Santos, não posso negar e ser hipocrita de reconhecer o grande valor e estimada importância que este pensador da ciência geográfica tem para todos nós que pensamos e fazemos as ciência humanas e pensamos as cidades dentro do Planejamento do Espaço Urbano.
É devida sua importância e estimada contribuição que faremos ao longo desta semana homenágem ao inesquecível Milton Santos, re-publicando aqui uma série de artigos por ele publicados, semanalmente durante mais de 20 anos, no jonal Folha de São Paulo.
Atenciosamente;
Gustavo Szilagyi
A globalização é o estágio supremo da internacionalização.

O processo de intercâmbio entre países, que marcou o desenvolvimento do capitalismo desde o período mercantil dos séculos 17 e 18, expande-se com a industrialização, ganha novas bases com a grande indústria, nos fins do século 19, e, agora, adquire mais intensidade, mais amplitude e novas feições. O mundo inteiro torna-se envolvido em todo tipo de troca: técnica, comercial, financeira, cultural.
Vivemos um novo período na história da humanidade. A base dessa verdadeira revolução é o progresso técnico, obtido em razão do desenvolvimento científico e baseado na importância obtida pela tecnologia, a chamada ciência da produção.
Todo o planeta é praticamente coberto por um único sistema técnico, tornado indispensável à produção e ao intercâmbio e fundamento do consumo, em suas novas formas.
Graças às novas técnicas, a informação pode se difundir instantaneamente por todo o planeta, e o conhecimento do que se passa em um lugar é possível em todos os pontos da Terra.
A produção globalizada e a informação globalizada permitem a emergência de um lucro em escala mundial, buscado pelas firmas globais que constituem o verdadeiro motor da atividade econômica.
Tudo isso é movido por uma concorrência superlativa entre os principais agentes econômicos -- a competitividade.
Num mundo assim transformado, todos os lugares tendem a tornar-se globais, e o que acontece em qualquer ponto do ecúmeno (parte habitada da Terra) tem relação com o que acontece em todos os demais.
Daí a ilusão de vivermos num mundo sem fronteiras, uma aldeia global. Na realidade, as relações chamadas globais são reservadas a um pequeno número de agentes, os grandes bancos e empresas transnacionais, alguns Estados, as grandes organizações internacionais.
Infelizmente, o estágio atual da globalização está produzindo ainda mais desigualdades. E, ao contrário do que se esperava, crescem o desemprego, a pobreza, a fome, a insegurança do cotidiano, num mundo que se fragmenta e onde se ampliam as fraturas sociais.
A droga, com sua enorme difusão, constitui um dos grandes flagelos desta época.
O mundo parece, agora, girar sem destino. É a chamada globalização perversa. Ela está sendo tanto mais perversa porque as enormes possibilidades oferecidas pelas conquistas científicas e técnicas não estão sendo adequadamente usadas.
Não cabe, todavia, perder a esperança, porque os progressos técnicos obtidos neste fim de século 20, se usados de uma outra maneira, bastariam para produzir muito mais alimentos do que a população atual necessita e, aplicados à medicina, reduziriam drasticamente as doenças e a mortalidade.
Um mundo solidário produzirá muitos empregos, ampliando um intercâmbio pacífico entre os povos e eliminando a belicosidade do processo competitivo, que todos os dias reduz a mão-de-obra. É possível pensar na realização de um mundo de bem-estar, onde os homens serão mais felizes, um outro tipo de globalização.


Folha de São Paulo, 30/11/1995

Autor: Milton Santos
Editora: Publifolha
Páginas: 224
Quanto: R$ 32,90
Onde comprar: nas principais livrarias, pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Publifolha


Brasil é "carrasco e vítima" de aquecimento global

O aquecimento global está se confirmando. Cientistas do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática), o comitê de climatologistas das Nações Unidas, já divulgaram alguns relatórios que mostram que a interferência humana é a causa do problema.


O livro "O Aquecimento Global", da "Série Folha Explica", esclarece as razões que tornam o aumento da temperatura um dos maiores problemas que a humanidade já teve de enfrentar coletivamente. O autor da obra é Claudio Angelo, editor de Ciência da Folha.
No livro, o autor discute ainda as conseqüências do problema como escassez de água, fome, crescimento do preço dos alimentos, aumento do nível médio dos oceanos e inundações, além das formas de conter a emissão de gases que causam o efeito estufa, o Protocolo de Kyoto e as mudanças nos hábitos de consumo.
No primeiro capítulo, Angelo apresenta as bases físicas do aquecimento global. No capítulo dois, o leitor vai conhecer a aventura cientifica da descoberta do efeito estufa, acompanhar o desenvolvimento das pesquisas até os relatórios do IPCC, além de entender as ferramentas usadas pelos climatologistas para fazer suas projeções. O capítulo três é dedicado aos impactos do aquecimento no mundo, seus ecossistemas e diretamente nos seres humanos. O quarto tópico aborda os problemas que serão enfrentados pelo Brasil e como o país colabora com a emissão de gases.
Com linguagem simples, o livro apresenta conceitos científicos simplificados para facilitar o entendimento dessa importante questão.
Como o nome indica, a série "Folha Explica" ambiciona explicar os assuntos tratados e fazê-lo em um contexto brasileiro: cada livro oferece ao leitor condições não só para que fique bem informado, mas para que possa refletir sobre o tema, de uma perspectiva atual e consciente das circunstâncias do país.
Confira a seguir um trecho sobre as causas e os efeitos do aquecimento no Brasil.

BRASIL: CARRASCO E VÍTIMA

"Carrasco e vítima" talvez seja a melhor definição para o papel do Brasil no xadrez climático global. Apesar de subdesenvolvido, o país é o quinto maior emissor de gases-estufa do planeta. E, como todo país subdesenvolvido, sentirá de forma desproporcionalmente alta os impactos da mudança climática ao longo do século 21 e além.
Cerca de 75% do um bilhão de toneladas de gás carbônico emitidas pelo Brasil todos os anos vêm de mudanças no uso da terra. Em português mais claro: desmatamento. E quase todo o desmatamento se concentra na Amazônia. A maior floresta tropical do planeta já perdeu 600 mil quilômetros quadrados (15% de sua área) para lavouras, pastos e cidades. Até o ano 2100, poderá perder aproximadamente 20% para o aquecimento global, num fenômeno conhecido como savanização.
A hipótese de savanização foi desenvolvida em 2003, pelos pesquisadores Marcos Oyama e Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Eles criaram um modelo de vegetação potencial que, inserido no modelo climático do Inpe, estimava o efeito do aumento da temperatura sobre o tipo de vegetação nos vários biomas brasileiros (Amazônia, cerrado, mata atlântica, Pantanal, pampas e caatinga). O modelo prevê que, com 3ºC de aquecimento, uma porção da floresta amazônica fica seca demais para poder sustentar o tipo de vegetação que comporta hoje, com grandes árvores de folhas largas.
Onde há uma exuberante mata pluvial passará a crescer uma espécie de savana (cerrado) empobrecida. Uma vez que o efeito se instala, ele pode virar um dominó, arrastando boa parte da Amazônia. Isso porque uma parte significativa das chuvas na região Norte do país é gerada na própria floresta, pela evaporação da água no solo e, sobretudo, pela transpiração das árvores, propagando-se no sentido Nordeste-Sudeste como num jogo infantil de passa-anel. Uma vez que a parte central-leste da floresta (que já é naturalmente mais seca) se savaniza, a cadeia de reciclagem de chuvas se interrompe, savanizando uma área ainda maior.
Nas palavras de Nobre, cria-se um "novo estado de equilíbrio" entre clima e vegetação, no qual é impossível voltar ao estado anterior. Ou seja, uma vez transformada em savana, a floresta nunca mais voltará a ser floresta.
Isso já seria uma catástrofe para a biodiversidade e motivo mais do que suficiente para tentar evitar que o aquecimento de 3ºC aconteça. Mas há mais detalhes nesta história: o ciclo de chuvas na Amazônia determina também o transporte de umidade para as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Com a floresta modificada, o restante do Brasil ficaria automaticamente mais seco, e os rios que fornecem água e geram energia para a maior parte da população nacional teriam seu fluxo comprometido, especialmente na região Sul e na bacia do rio da Prata. Savanização, portanto, rima com apagão. Um bom motivo para qualquer empresário paulista se preocupar com a floresta, muito além de plantinhas e bichinhos.
As contas originais de Oyama e Nobre identificaram a temperatura mínima para disparar o fenômeno, mas não estimaram qual seria a probabilidade de isso acontecer de fato - o objetivo não era fazer uma previsão do clima e sim detectar mudanças nos biomas. Um grande estudo liderado por José Marengo, também do Inpe, cuidou da projeção. Marengo cruzou dados de vários modelos climáticos usados pelo IPCC com modelos regionais de alta resolução desenvolvidos pelo próprio Inpe e pela USP para projetar mudanças do clima na América do Sul até o fim do século 21. Ele chegou a conclusões assustadoras: a temperatura na Amazônia poderá crescer de 3ºC a 5,3ºC (bem mais que a média nacional) até o fim do século, com uma elevação de inacreditáveis 8ºC no pior cenário. Isso sem contar o desmatamento, que em si mesmo também tem o poder de causar savanização, aquecendo o Leste amazônico em até 4ºC.
O mesmo estudo estimou ainda temperaturas para o Nordeste, o Pantanal e a bacia do rio da Prata. Dentre todas essas regiões, a elevação mínima de temperatura dada pelos modelos em 2100 é de 2,2ºC. Nesse cenário, além de a Amazônia virar cerrado, a caatinga desapareceria, transformando o semi-árido nordestino em um deserto.

SÃO PAULO DA BORRACHA
Ao longo dos últimos cinqüenta anos, o Inpe já verificou que o Brasil esquentou mais do que a média mundial no século 20. As temperaturas máximas anuais no país subiram 0,7ºC somente nesse último meio século, enquanto o aquecimento durante o inverno chegou até 1ºC. O número de noites quentes no ano subiu de 5% no começo do século 20 para 35% no começo do 21. O de dias frios caiu de 25% a 30% na década de 1970 para 5% a 10% entre 2001 e 2002. "É comum ouvir das pessoas com mais de cinqüenta anos, especialmente no Sul e no Sudeste, a observação de que não faz mais frio como antigamente. Essa percepção é correta", escreveram Nobre e Marengo.
Tudo isso já tem impacto sobre um dos carros chefes da economia nacional, a agricultura no Estado de São Paulo. Um estudo desenvolvido em conjunto por Eduardo Assad, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Hilton Pinto, da Universidade Estadual de Campinas, mostrou que o café, que fez de São Paulo o estado mais rico do país no século passado, está sumindo aos poucos, cedendo lugar para uma forasteira insuspeita: a seringueira, nativa da quente Amazônia.
Para florescer, o café precisa de um clima quente, mas não muito: não pode haver mais do que cinco dias com temperaturas superiores a 34ºC durante a época da floração, no outono. Sem esses pudores climáticos, a seringueira tende a prosperar. Em 1990, a região de São José do Rio Preto, fronteira da cafeicultura paulista, tinha 2,3 mil hectares cultivados com borracha.
Em 2005, essa área havia crescido dez vezes. Dos computadores de Pinto e Assad brotam os novos mapas da agricultura brasileira. Para o café, um aumento de 5,8ºC na temperatura (o cenário pessimista das previsões do Inpe) significa uma redução de 92% da área apta para o plantio em São Paulo, Minas Gerais e Paraná - praticamente os únicos Estados que cultivam o grão. A cafeicultura migraria para o Rio Grande do Sul, o Uruguai e a Argentina. Uma elevação de meros 3ºC já significaria, para essa cultura, um prejuízo de R$ 2 bilhões.
Ainda mais emblemático - e problemático - é o caso da soja, menina dos olhos da agricultura nacional, que só em 2005 contribuiu com US$ 8,7 bilhões para a balança comercial brasileira. 25 A planta se dá bem em uma faixa extensa de terras no Brasil, que vai do Rio Grande do Sul ao Amapá, passando por Goiás, parte de Minas, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia e Pará. No pior cenário de elevação de temperatura, com a redução das chuvas das quais o grão tanto necessita, ela se torna viável apenas em um pedaço da Amazônia e do Paraná. No Rio Grande do Sul, onde seu cultivo começou, ela desaparece por completo.

Autor: Claudio Angelo
Editora: Publifolha
Páginas: 136
Quanto: R$ 17,90
Onde comprar: Nas principais livrarias, pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Publifolha


Fonte: Folha Online - 08/03/2008

domingo, 27 de julho de 2008

Prezados Amigos;

Recebi uma proposta de enquete do nosso amigo engenheiro e ambientalista, Kalazans Bezerra, a qual estou disponibilizando para que todos nós possamos externar nossos sentimentos em relação aqueles vereadores acusados pelo Ministério Público por atos de corrupção passiva durante a votação do Plano Diretor de Natal.
A enquete fica no ar até a vespera da eleição. Não deixe de votar nesta enquete. Sugira uma enquete pelo nosso e-mail, que sua sugestão será analisada e posta aqui no Blog.
E lembre-se: no dia da eleição, não deixe de votar no Prof. Aristotelino Monteiro (43001), pois com ele "O Meio Ambiente está mais perto da gente".
Um grande abraço à todos.

Gustavo Szilagyi