sábado, 2 de fevereiro de 2008

Esgoto causa morte de peixes no Canal do Baldo

Um vazamento de uma tubulação de esgoto está poluindo as águas e matando centenas de peixes que vivem no Canal do Baldo, localizado nas proximidades do Barro Vermelho, zona leste de Natal. A água do córrego que há cerca de três meses tinha peixes nadando nela, agora apresenta a luta desses animais para sobreviver e fugir da poluição, levando-os a morrer às margens do canal. A água apresenta uma cor escura, mau cheiro e resíduos de esgoto que estão destruindo o pequeno ecossistema local.
O problema existe há quase três meses, mas a cada dia toma maiores proporções, passando a prejudicar também os moradores do local que sofrem com mosquitos que passam a vir ao córrego devido a sujeira. De acordo com o morador Carlos Alberto Silva, 43 anos, o problema surgiu depois que o desvio existente nas duas tubulações de esgoto que termina no início do Canal do Baldo rompeu. “A Caern veio ao local realizar o conserto, mas foi em dia de chuva, então a barreira caiu com pouco tempo depois e daí nunca mais vieram”, disse.
O desvio que recebeu o reparo impedia que a água do esgoto chegasse até o canal onde os peixes habitavam. Ele está localizado no cruzamento entre as ruas José Bezerra - local de onde vem o esgoto - e a rua Paula Alves, área onde o Canal do Baldo tem início.
“Agora, além da tristeza que dá de ver esses peixes mortos, temos que agüentar esse cheiro horrível e os mosquitos”, reclama.
A Caern informou por intermédio de sua assessoria de imprensa, que o problema foi detectado no local mencionado pelo morador, mas foi solucionado. Agora os técnicos estão tentando encontrar o local onde está ocorrendo o vazamento para que o problema seja sanado em definitivo.
Fonte: Tribuna do Norte - 02/02/2008

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Notas sobre cavernas e belezas naturais do município de Felipe Guerra

O afloramento do calcário Jandaíra que abrange os municípios potiguares de Felipe Guerra e Governador Dix-Sept Rosado destaca-se pelas belezas escondidas em inúmeras cavernas de origem cretácea, as quais atestam pretérita transgressão marinha que há milhões de anos transformou a região em imenso mar interior, tendo em vista a origem biológica dessa rocha intensamente utilizada em necessidades individuais e coletivas.
Não obstante intenso trabalho desenvolvido pelos membros da Sociedade Espeleológica Potiguar, muitas cavernas ainda não foram mapeadas em razão de inúmeros fatores, tais como falta de incentivo, ausência de acesso adequado e gradual processo de identificação dos lugares em que se encontram localizadas.
Em Felipe Guerra estão mapeadas e identificadas as cavernas da Rainha, de Passagem Funda, do Urubu, da Catedral, do Abissal e outras constantes em catalogação efetivada pela SEPARN e pela SEP. Embora a paisagem subterrânea seja de beleza inigualável, poucos moradores do antigo termo de Pedra de Abelha aventuram-se pelas íngremes brechas naturais que conduzem ao interior das estruturas calcáreas.
Quando da passagem do bando de Lampião, em junho de 1927, pessoas mais velhas do lugar informam que muitos buscaram abrigo nas cavernas, intuindo proteger-se da horda bandoleira e suas ações nefastas.
O interesse pelas cavernas de Felipe Guerra é despertado sobretudo em espeleólogos, biólogos, geógrafos e admiradores das belezas naturais encontradas no interior de uma caverna calcárea com suas estalactites, estalgmites, travertinos, perolizações e ecossistemas interessantes e inusitados.
Verdadeiro patrimônio natural está concentrado no sub-solo de Felipe Guerra, bem como nos vizinhos municípios de Governador Dix-Sept Rosado e Apodi, faltando, no entanto, maior conscientização da população local e dos poderes públicos sobre a real dimensão do valor que essas cavernas possuem enquanto fator alicerçante do orgulho de todos os habitantes, não apenas de Felipe Guerra, mas de todo o estado do Rio Grande do Norte.
Em Felipe Guerra a existência de cavernas é mais enfática, encontrando-as profusamente pelos carrascais adustos que existem em vasta extensão municipal, importante dádiva da natureza que precisa com urgência ser preservada, visando disponibilizar as gerações futuras paisagens subterrâneas magistrais que ainda são deslumbradas no presente.
Defendo a necessidade de simbiose entre os moradores do lugar e órgãos públicos e privados para efetivar a preservação em nível sustentável, criando-se infra-estrutura que favoreça o turismo em bases racionais, sem depredar cavernas e olhos d’águas que também existem no lugar, sobretudo no Brejo, histórica comunidade privilegiada pelos caprichos da natureza.
Consciência ambiental e implemento à geração de emprego e renda devem nortear as ações humanas, razão pela qual lutar pela preservação e usufruto racional das cavernas e outras riquezas naturais existentes no município de Felipe Guerra consiste em meta embasada nos princípios definidos na busca pelo desenvolvimento sustentável da região semi-árida do nordeste brasileiro.

José Romero Araújo Cardoso
Geógrafo


Fonte: http://apodibaixodopano.blogspot.com/2008/01/leia-notas-sobre-cavernas-e-belezas.html

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Municípios temem crise no MT com plano da Amazônia

As medidas anunciadas pelo governo para conter o desmatamento na Amazônia estão causando apreensão entre produtores rurais e prefeitos de 19 municípios de Mato Grosso que integram a "lista suja" do Ministério do Meio Ambiente.
Entidades como a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), sindicatos rurais e indústrias madeireiras temem uma estagnação econômica em 31 mil propriedades, como ocorreu em 2005 após Operação Curupira, que mandou para a cadeia empresários e servidores públicos acusados de corrupção.
Juntos, esses municípios são responsáveis por 20% da produção pecuária do Estado e 11% da produção de soja, segundo a Famato. A partir de amanhã, produtores rurais e prefeitos estarão em Brasília para discutir com o governo os dados apresentados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) na semana passada. Eles temem que as ações de prevenção e controle do desmatamento, anunciadas pelo Ministério do Meio Ambiente, inviabilizem a atividade econômica nos municípios.
Em nota, a Famato informou que os instrumentos para controle do meio ambiente são legítimos, mas lembra que os produtores rurais estão buscando se adequar à legislação brasileira. A entidade critica a ausência do Estado para administrar as questões ambientais. "Os produtores rurais do Estado de Mato Grosso têm demonstrado formalmente o desejo de adequarem suas propriedades às exigências da complexa legislação brasileira."
O presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios, José Aparecido dos Santos, discorda dos números do desmatamento apresentados pelo Inpe. "Os prefeitos têm que saber se de fato ocorreu todo esse desmatamento em seus municípios para tomarmos providências", disse ele, informado que os prefeitos vão se reunir na quarta-feira em Cuiabá para debater o assunto.
Fonte: Agencia Estado - 28/01/2008
Comentários (Gustavo Szilagyi)
Não sei vocês, mais eu morro de pena dos fazendeiros do Mato Grosso. Tão santinhos...
Santa ignorância. Estes caras são de uma hipocrisia extrema. No mínimo devem achar que nós, povo brasileiro somos otários, de que não sabemos que eles destroem a floresta amazônica com força, crendo que nunca serão pegos processados e presos.
Na primeira tentativa do Estado em moralizar e acabar com esta farra, os caras se travestem de ovelhas e fingem que não fizeram nada, de que no fundo eles são as grandes vítimas disso tudo, pois são eles que "geram empregos, renda e desenvolvimento econômico para a Amazônia"!
Sinceramente, este é um assunto tão chato, mais tão chato que eu não gosto nem de comentar.

Governo investe R$ 11,5 milhões em obras

O Governo do Estado está investindo cerca de R$ 11,5 milhões em obras de preservação do meio ambiente. Parte destes recursos está sendo aplicada na implantação de sete Ecopostos em unidades de preservação ambiental. Quatro deles já estão prontos e devem ser inaugurados nas próximas semanas pela governadora Wilma de Faria. O objetivo é garantir o monitoramento das áreas preservadas, evitando a ocorrência de crimes ambientais, e permitir a realização de campanhas educativas, conscientizando a população sobre a importância da preservação dessas áreas.

Já estão prontos os Ecopostos Dunas do Rosado, na região de Mossoró, Recifes dos Corais, em Maracajaú, Ponta do Tubarão, em Diogo Lopes (Macau) e o da Área de Proteção Ambiental (APA) de Jenipabu. Também serão construídos postos na praia da Pipa, na APA Bonfim Guaraíra, entre os municípios de Goianinha e Nísia Floresta, e o maior deles, o Ecoposto Parque do Jiqui, entre Natal e Parnamirim, que além da estrutura dos demais, contará com pórtico de entrada e praça para visitação pública.

"Criamos uma série de novas áreas de proteção e conservação ambiental nos últimos quatro anos, ampliando de 1,8% para 4% a área preservada do Estado. E queremos que este número chegue a 6% nos próximos anos. Para isso, precisamos contar com uma eficaz estrutura de fiscalização e monitoramento dessas áreas, evitando degradação. Tudo isso aliado às ações de consciência ambiental", afirma a governadora Wilma de Faria.

A estrutura de cada Ecoposto inclui um Centro de Interpretação Ambiental dos ecossistemas existentes na área, uma sala verde com biblioteca virtual, um salão com venda de artesanato e uma sede da Companhia Independente de Policiamento Ambiental (Cipam), co-responsável pelo monitoramento e fiscalização das unidades. O investimento para implantação de cada Ecoposto é de aproximadamente R$ 700 mil chegando a R$ 1,3 milhão no caso da unidade instalada no Parque do Jiqui.

Ecocentro

Além dos Ecopostos, o Governo do Estado está investindo R$ 5,8 milhões na implantação do Ecocentro. O Centro de Convivência Ambiental será construído em terreno de 4,6 hectares, contíguo ao Bosque dos Namorados, adquirido a partir de um convênio firmado com o Ministério da Defesa. O projeto da sede já está concluído e a previsão é de que o processo licitatório para o início das obras seja aberto em março.

No chamado Ecocentro serão instalados dois espaços. O primeiro deles é o Centro de Atividades Ambientais, onde estarão um Centro de Documentação ambiental e um Centro de Interpretação Ambiental, um espaço multimídia que contemplará informações sobre os ecossistemas do Estado e ainda um Centro de Treinamento, com sede do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Conema), auditório e sala de reuniões. Já no segundo espaço funcionará o Centro de Gestão Ambiental.

Além disso, o projeto contemplará borboletário e orquidário e ainda trilhas para caminhadas e estrutura de lazer contemplativo.

Fonte: Correio da Tarde - 26/01/2008

domingo, 27 de janeiro de 2008

Desmatamento

Nos últimos dias os Jornais do mundo inteiro divulgaram diversas matérias sobre o desmatamento da Amazônia e suas conseqüências para as mudanças climáticas e o conseqüente aquecimento global.
Sem querer tirar o mérito da discussão do desmatamento da Amazônia que com certeza será um dos temas mais discutidos na Conferência Nacional do Meio Ambiente deste ano. Temos que discutir o desmatamento do Rio Grande do Norte, das nossas "poucas" matas de caatinga, mas que são mais de 80% do Estado.
Esta semana estive passando pelo município de São Vicente na Região do Seridó (Município de São Vicente / RN - Localização Geográfica - 6° 8'35.73"S - 36°40'16.64"O), descendo a Serra de Santana e pude constatar um desmatamento de mais de 6 hectares na encosta da Serra. Temos que discutir como iremos frear o desmatamento das encostas que por Lei são áreas de preservação permanente.
Temos que discutir a interiorização dos órgãos de meio ambiente e da polícia ambiental, pois com a capacitação dos Gestores Ambientais, a demanda por soluções no que concerne aos problemas ambientais estão aumentando numa velocidade muito grande e os municípios não dispõe de recursos nem pessoal para fiscalizar.
Diariamente vemos caçadores aqui na região do Seridó passarem em motos e até caminhonetes com 6 a 8 caçadores e seus cães para matar o que resta da nossa fauna.
A caça por hobby e o tráfico de animais silvestres (principalmente aves) são hoje um dos maiores problemas ambientais.
Os cervos da caatinga que hoje se restringem a poucos exemplares nas encostas da Serra de Santana e mesmo as poucas onças vermelhas e jaguatiricas são vítimas destes que têm a certeza da impunidade.
Não sei da legalidade das minhas palavras, mas acredito que temos que discutir uma política ambiental onde possamos garantir recursos diretos para os municípios, pois é nos municípios onde vivemos e onde os problemas ocorrem. A exemplo da Educação e da Saúde, acredito que precisamos de recursos diretos para as Secretarias de Meio Ambiente, pois se continuarmos a mendigar recursos nos parcos fundos existentes. Os problemas ambientais tendem apenas a aumentar.
Quem nunca participou de algum curso de capacitação de fundos sócio-ambientais onde os palestrantes falaram que existem milhões em recursos para o meio ambiente. Mas eu pergunto diariamente aos amigos gestores quem conseguiu aprovar um projeto de recuperação para área de caatinga. Onde tem fundo para apoiar a caatinga. Para proteger o Cervo da Caatinga, a Cutia, o Mocó, o Preá, os Camaleões, a Sabiá Laranjeira, o Canário da Terra...

Outro dia brincamos dizendo que teríamos que importar mico leão dourado para a caatinga para podermos conseguir recursos para conservar a caatinga.
Esperamos que possamos sair desta III Conferência Regional, da Estadual e da Nacional com algo de positivo, real e produtivo para o Semi-Árido.

Ms. Getson Luís Dantas de Medeiros
Gestor Ambiental / Currais Novos / RN