sábado, 23 de agosto de 2008

Semurb discute Plano Diretor de drenagem para Natal

Técnico da Semurb, Gustavo Szilagyi, diz que criação do Plano Diretor de drenagem é fundamental

Membros da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) participaram hoje de audiência pública, na Assembléia Legislativa, que discutiu a "Drenagem Urbana de Natal". Devido às fortes chuvas que afetaram a cidades nos últimos meses, onde vários bairros considerados como pontos críticos de alagamentos passaram por verdadeiros transtornos, os deputados, representantes do CREA, ambientalistas participaram da audiência que pretende assim discutir soluções para a infra-estrutura de Natal.
Segundo o representante da Semurb, Gustavo Szilagyi, a capital potiguar não está adaptada ao atual sistema de drenagem. Uma vez que o número de pessoas que habitam a cidade cresceu. Ele fala também que Natal se tornou um verdadeiro ponto turístico. "A rede hoteleira cresceu, o número de turistas também. Esses fatores, associado as mudanças climáticas estão fazendo com que a infra-estrutura não agüente, já que a mesma não é adequada para o ritmo acelerado do crescimento", declara.
Ele fala que atualmente o sistema de captação de água da capital suporta 120 milímetros em 24h. Porém na última chuva uma média de 200mm afetaram a cidade em um período de 36h. "A criação de um plano diretor para a cidade é fundamental, isso é claro. Com ele será possível ordenar um modelo de planejamento equilibrado e dará também atenção à urbanização da cidade", admite.
Para que o problema não se repita. após uma possível solução, Gustavo fala que é preciso a criação estratégica do plano. "Como a tendência da cidade é crescer mais ainda, para que a criação de um plano não seja falho daqui há cinco ou mais anos, é necessário um sistema que possa sofrer mudanças junto às mudanças da capital", complementa.
As constantes chuvas causaram verdadeiras desordens na cidade. Bairro como Capim Macio e o Loteamento José Sarney foram os mais prejudicados. No segundo, mais de 100 famílias ficaram desabrigadas e perderam todos os móveis de suas residências. Já no primeiro a falta de manutenção nas lagoas de captação fez com que o nível da água subisse mais de um metro. A população foi obrigada a se retirar das casas. Segundo dados da Secretaria Municipal de Obras e Viação (Semov), o prejuízo pela falta de drenagem da cidade pode custar à prefeitura mais de R$ 2 milhões.
Moradores dos dois bairros deverão entrar com uma ação contra o município pedindo ressarcimento pelos estragos. Na audiência estavam presentes algumas famílias das duas localidades.


Fonte: Correio da Tarde - 21/08/2008

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Governo vai revisar decreto que tornou mais rígida a Lei de Crimes Ambientais

A mudança atenderá a reivindicações de representantes do agronegócio.

O governo decidiu revisar o Decreto 6.514/2008, que tornou mais rígida a Lei de Crimes Ambientais. A mudança atenderá a reivindicações de representantes do agronegócio.
“Tudo que eventualmente extrapolou a lei será liminarmente retirado do decreto", afirmou hoje (20) o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, em audiência pública na Comissão de Agricultura e Política Rural da Câmara.
“Vários pontos devem ser aperfeiçoados, mas a filosofia do decreto não está errada”, acrescentou. Segundo Minc, com as mudanças, a recuperação da reserva legal poderá ser feita fora da área desmatada originalmente, desde que dentro do mesmo bioma. De acordo com ele, a recomposição também poderá ser feita em áreas de florestas públicas, com o financiamento de unidades de conservação.
O ministro disse que meio ambiente e agricultura não são inimigos e que, de uma pauta de 15 pontos analisada por ele e pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, seis já foram acertados.O Decreto 6.514/2008 foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 22 de julho. Entre outros pontos, o texto prevê multa para quem deixar de registrar reserva legal. As propriedades na Amazônia Legal têm que preservar 80% da área com cobertura florestal original. No Cerrado, esse percentual é de 35% e nos outros biomas, 20%.
Pelo decreto, o proprietário que já desmatou percentual maior que o permitido terá que assinar termo de ajustamento de conduta para recuperação da área. A bancada ruralista argumenta, no entanto, que não será possível recuperar áreas degradadas que foram ocupadas para a produção.
Os detalhes sobre as mudanças no texto serão definidos hoje às 17h, em reunião entre Carlos Minc, secretários estaduais de Agricultura e parlamentares da bancada ruralista.
"Precisamos da ampliação de prazos para construirmos o entendimento entre crescimento e preservação. Queremos o amadurecimento da relação entre meio ambiente e agricultura", disse o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), presidente da Comissão de Agricultura e Política Rural da Câmara.

Fonte: Agencia Brasil: 20/08/2008

domingo, 17 de agosto de 2008

AUDIÊNCIA PUBLICA SOBRE DRENAGEM URBANA

Prezados amigos;

Gostaria de convida-los a assistir comigo, na próxima quinta-feira (21/08/2008), uma importante Audiência Pública sobre os problemas da Drenagem Urbana em nossa Cidade do Natal.
Em debate estará o futuro da drenagem urbana de nosso município, sob os olhos do novo Plano Diretor de Drenagem e Manejo de Águas de Natal (PDDMA), que está sendo elaborado pela prefeitura do Natal e discutida em fóruns participativos em cada Zona Administrativa da cidade.

Os debatedores convidados serão:
  • Ex-Prefeito e Engenheiro Sanitarista Aldo Tinôco Filho, que falará sobre Gestão Pública e drenagem Urbana;
  • Prof. da UFRN e coordenador do PDDMA, Dr. João Abner Guimarães, que falará sobre o Plano Diretor de Drenagem e Manejo de Águas e os Mega-Projetos de Drenagem urbana;
  • Prof. da UFRN e Diretor do Centro de Tecnologia da UFRN, Dr. Manuel Lucas, que discutirá sobre Saneamento Ambiental;
  • Eng. Civil e Chefe do Setor de Patrimônio da SEMOV, Sr.Vitál Nobrega, que discorrerá sobre o Diagnóstico do Sistema de Drenagem Urbana de Natal; e
  • Eng. Civil, superintendente do CREA/RN e presidente do Movimento Pró-Pitimbu, Kalazans Lousá Bezerra.
O local desta importante Audiência Pública será na Assembleia Legislativa do RN (Plenarinho), as 09h da manhã.Não deixe de comparecer. Este é um debate de grande importância para o futuro de nossa cidade.

Atenciosamente;


Gustavo Szilagyi

Chuvas podem ser mais intensas a cada ano

Temporais em Natal serão ainda maiores nos próximos anos, segundo cientistas Natal deve sofrer cada vez mais com temporais e enchentes ao longo dos próximos anos. A junção entre os efeitos do aquecimento global e a urbanização desordenada pinta um cenário sombrio para a questão do clima na cidade. Em agosto, a capital potiguar sofreu as chuvas mais intensas dos últimos 38 anos. Foram 315,1 milímetros até a última quarta-feira, um verdadeiro ‘‘massacre’’ pluviométrico para um centro urbano que, de acordo com especialistas da área, só tem capacidade de suportar até 120 milímetros por dia. O excesso de precipitações provoca caos na infra-estrutura urbana, com ruas alagadas, famílias desabrigadas e um agravamento na contaminação da água, em função da falta de tratamento adequado.
O geógrafo Gustavo Szilagyi culpa a emissão de calor da região pela quantidade de chuvas. ‘‘O aquecimento global é um ciclo natural da Terra, que está sendo agravado pelo comportamento humano, sobretudo o aumento da emissão de poluentes e de calor na atmosfera, e a redução das áreas verdes. Esse conceito também se aplica localmente. Numa cidade com cada vez mais fumaça e asfalto, e menos verde, a tendência é que se aumente o calor emitido, e isso volta para nós em forma de chuva’’, decreta.
Szilagyi teme que temporais como a da semana passada (que foi o mais intenso na cidade desde 1970) tornem-se mais rotineiros, num futuro próximo. ‘‘Nesse caso, precisaremos discutir como é que a cidade vai suportar isso. Todos os projetos de drenagem de Natal são feitos para que se suportem 120 milímetros em 24 horas. Na semana passada, houve um período em que choveram mais de 230 milímetros em menos de 36 horas’’, expõe.
O metereologista Gilmar Bistrot, da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), acha que a população natalense pode ficar mais tranqüila com relação aos próximos dias. ‘‘Ao longo de toda a segunda quinzena de agosto, teremos menos dias de chuva e menor volume de chuva em cada um desses dias’’, explica.
Na opinião dele, o fenômeno climático pode ser creditado a uma coincidência de fatores, que inclui o comportamento dos oceanos e os ciclos de atividade do Sol. Segundo o especialista, a quantidade de manchas negras na superfície do astro reduz e aumenta ciclicamente, e essa oscilação se reflete em mudanças no nosso clima. ‘‘No momento, o Sol vive uma fase de poucas manchas. Por isso, o astro emite mais calor para a Terra. A água dos oceanos acumula esse calor, mas só até certo ponto. Quando os oceanos liberam o calor em forma de vapor d’água, as chuvas fortes acontecem’’, descreve. Na visão de Bistrot, os efeitos diretos do aquecimento global especificamente sobre a quantidade de chuvas ainda não estão completamente esclarecidos. Ele concorda, porém, que a emissão cada vez mais intensa de calor, em função de fatores naturais ou gerados pelo homem, poderá se refletir em mais chuvas intensas - como a que ocorreu em agosto -, ao longo dos próximos anos.
Bistrot pondera, entretanto, que um novo aumento na quantidade de manchas solares, mudança prevista para começar por volta de 2012, pode ajudar a reverter a deixar o clima menos chuvoso. ‘‘Com menos vapor sendo emitido pelo mar, essa quantidade de chuvas pode dimunuir, mas isso também vai depender de um número grande de fatores climatológicos’’, diz.




Fonte: O POTI, 17/08/2008