O professor da UFRN e um dos coordenadores do estudo, João Abner, diz que o novo sistema resolveria o problema da contaminação. O plano em questão deverá ser iniciado pela implantação de um sistema de abastecimento de água com captações superficiais na bacia do rio Maxaranguape, localizado a 30 quilômetros da capital, em dois pontos na margem esquerda da BR 101, sendo a primeira diretamente no rio Maxaranguape e a segunda no rio Riachão que drena a porção sul da bacia.
As águas da bacia serão transpostas por uma adutora de grande porte para a Estação de Tratamento de Água (ETA) localizada na margem esquerda do rio Ceará- Mirim, em área pertencente ao Estado, mais precisamente na praia de Genipabú. A partir da ETA, as águas tratadas serão bombeadas para um reservatório a ser assentado na parte alta do cordão de dunas que circunda a praia de Genipabu.
Segundo o professor João Abner, a quantidade de água deste reservatório terão uma cota suficiente para assegurar a transferência do líquido por gravidade. Esse transporte segue através da ponte Newton Navarro (ponte Forte-Redinha), para o início da Via Costeira e, por bombeamento, alimenta dois reservatórios postos no topo do Parque das Dunas, que deverão, também por gravidade, abastecer os principais reservatórios de distribuição da cidade.
O primeiro reservatório será assentado no topo das dunas que circundam o Campus Universitário e abastecerá a Zona Sul de Natal a partir da estação elevatória de Potilândia e do reservatório R3 na avenida Salgado Filho e o último reservatório localizado nas dunas do Centro de Convenções complementará o abastecimento da Zona Sul em Ponta Negra e Capim Macio.
Uma das justificativas para o projeto é que Natal consome 3,1 metros cúbicos de água por segundo, sendo 80% na Zona Sul e 20% na Zona Norte. Esse volume é originado 70% de poços e 30% de fontes de águas superficiais das lagoas de Extremoz, que abastece a Zona Norte, e Jiquí, abastecendo as outras zonas da cidade.
O professor Abner informa que o Sistema Maxaranguape vai proporcionar uma vazão de aproximadamente cinco metros cúbicos por segundo. O estudo também aponta que a localização do sistema possibilita a expansão no futuro das captações superficiais para a bacia do rio Punaú, com bom potencial hídrico disponível superior a 2,5 metros cúbicos por segundo, assim como a possibilidade de captações subterrâneas bastante promissoras ao longo do sistema adutor.
FONTE: Diário de Natal, 20/03/2008 (http://www.dnonline.com.br/parceiros.php?url=http://diariodenatal.dnonline.com.br/index2.php)
COMENTÁRIO - Gustavo Szilagyi
Sou obrigado a reconhecer o trabalho que o Professor João Abner vem desenvolvendo na UFRN na busca por tentar, através da Engenharia, resolver os problemas da falta de abastecimento d'água de nossa cidade e Estado, fruto da falta de gestão a da irresponsabilidade da CAERN, que durante mais de 30 anos não investiu um real na ampliação da rede de esgoto das nossas cidades, levando a esta situação de caos. Porém, como não poderia deixar de ser, o professor João Abner, neste afã de tentar resolver tudo por vias da engenharia, esquece-se de fazer uma avaliação dos condicionantes sociais e ambientais que estão diretamente relacionados a explotação direta das águas da Bacia do Rio Maxaranguape.
O nobre Professor, ao qual tem todo o meu respeito e admiração, não levou em consideração no seu estudo a crescente demanda por água dos inúmeros empreendimentos que deverão ser instalados nos próximos 10 anos ao longo de todo o litoral norte de Natal, a partir de Extremoz até São Miguel do Gostoso. Já são mais de 200 empreendimentos licenciados ou em vias de licenciamento. É uma população estimada em quase 1 milhão de pessoas que deverão estar neste curto espaço de tempo vindo a ocupar todo este litoral, demandando oferta de água, e que tem nas pequenas bacias do litoral Norte, sua principal fonte de abastecimento.
Afora isto, há de ressaltarmos os impactos sobre o Meio Ambiente, uma vez que pelo projeto ora apresentado, é sugerida a construção de Estações receptoras e distribuidoras sobre as dunas, tanto em Jenipabú (Extremoz), quanto no Parque das Dunas (Natal), isso sem considerar as adutoras que interligarão estas estações e que demandarão escavação e, consequentemente, desmatamento nas áreas cobertas situadas no entorno.
Diante esta reflexão, cabe-nos fazermos algumas perguntas que ainda carecem de respostas:
- Quais os reais impactos deste projeto sobre o Rio Maxaranguape e sua Bacia de contribuição?
- Qual a real capacidade de oferta d'água da Bacia do Rio Maxaranguape, principalmente nos períodos de seca, onde não há (teoricamente) recarga dos aqüíferos que alimentam o rio?
- O que fazer para se evitar a impermeabilização dos solos na área de contribuição da Bacia do Rio Maxaranguape e não inviabilizar em médio e longo prazo sua capacidade de abastecimento?
- O projeto contempla um plano de recuperação das áreas degradadas no ato da instalação deste?
- O projeto contempla um plano de recuperação das matas ciliares do Rio Maxaranguape e da cobertura florestal da sua Bacia de Contribuição?
- O projeto prevê a criação de um comitê da Bacia do Rio Maxaranguape responsável pelo monitoramento de toda a área da bacia hidráulica?
Por fim, vejo com muitas ressalvas este projeto do Professor Abner, e que agrada em muito a CAERN, pois esta não está preocupada com as repercussões socio-ambientais deste projeto, e sim em tentar minimizar sua total incapacidade de gerir as águas que são servidas a todos os potiguares.
O nobre Professor, ao qual tem todo o meu respeito e admiração, não levou em consideração no seu estudo a crescente demanda por água dos inúmeros empreendimentos que deverão ser instalados nos próximos 10 anos ao longo de todo o litoral norte de Natal, a partir de Extremoz até São Miguel do Gostoso. Já são mais de 200 empreendimentos licenciados ou em vias de licenciamento. É uma população estimada em quase 1 milhão de pessoas que deverão estar neste curto espaço de tempo vindo a ocupar todo este litoral, demandando oferta de água, e que tem nas pequenas bacias do litoral Norte, sua principal fonte de abastecimento.
Afora isto, há de ressaltarmos os impactos sobre o Meio Ambiente, uma vez que pelo projeto ora apresentado, é sugerida a construção de Estações receptoras e distribuidoras sobre as dunas, tanto em Jenipabú (Extremoz), quanto no Parque das Dunas (Natal), isso sem considerar as adutoras que interligarão estas estações e que demandarão escavação e, consequentemente, desmatamento nas áreas cobertas situadas no entorno.
Diante esta reflexão, cabe-nos fazermos algumas perguntas que ainda carecem de respostas:
- Quais os reais impactos deste projeto sobre o Rio Maxaranguape e sua Bacia de contribuição?
- Qual a real capacidade de oferta d'água da Bacia do Rio Maxaranguape, principalmente nos períodos de seca, onde não há (teoricamente) recarga dos aqüíferos que alimentam o rio?
- O que fazer para se evitar a impermeabilização dos solos na área de contribuição da Bacia do Rio Maxaranguape e não inviabilizar em médio e longo prazo sua capacidade de abastecimento?
- O projeto contempla um plano de recuperação das áreas degradadas no ato da instalação deste?
- O projeto contempla um plano de recuperação das matas ciliares do Rio Maxaranguape e da cobertura florestal da sua Bacia de Contribuição?
- O projeto prevê a criação de um comitê da Bacia do Rio Maxaranguape responsável pelo monitoramento de toda a área da bacia hidráulica?
Por fim, vejo com muitas ressalvas este projeto do Professor Abner, e que agrada em muito a CAERN, pois esta não está preocupada com as repercussões socio-ambientais deste projeto, e sim em tentar minimizar sua total incapacidade de gerir as águas que são servidas a todos os potiguares.
Um comentário:
Parabenizo os questionamentos feitos por Gustavo Szilagyi e espero que toda a comunidade maxaranguapense seja ouvida em relação a essa sugestão feita pelo professor João Abner, em relação a essa captação de água do nosso rio.
Professor Leonardo, cidadão Maxaranguapense.
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