domingo, 27 de janeiro de 2008

Desmatamento

Nos últimos dias os Jornais do mundo inteiro divulgaram diversas matérias sobre o desmatamento da Amazônia e suas conseqüências para as mudanças climáticas e o conseqüente aquecimento global.
Sem querer tirar o mérito da discussão do desmatamento da Amazônia que com certeza será um dos temas mais discutidos na Conferência Nacional do Meio Ambiente deste ano. Temos que discutir o desmatamento do Rio Grande do Norte, das nossas "poucas" matas de caatinga, mas que são mais de 80% do Estado.
Esta semana estive passando pelo município de São Vicente na Região do Seridó (Município de São Vicente / RN - Localização Geográfica - 6° 8'35.73"S - 36°40'16.64"O), descendo a Serra de Santana e pude constatar um desmatamento de mais de 6 hectares na encosta da Serra. Temos que discutir como iremos frear o desmatamento das encostas que por Lei são áreas de preservação permanente.
Temos que discutir a interiorização dos órgãos de meio ambiente e da polícia ambiental, pois com a capacitação dos Gestores Ambientais, a demanda por soluções no que concerne aos problemas ambientais estão aumentando numa velocidade muito grande e os municípios não dispõe de recursos nem pessoal para fiscalizar.
Diariamente vemos caçadores aqui na região do Seridó passarem em motos e até caminhonetes com 6 a 8 caçadores e seus cães para matar o que resta da nossa fauna.
A caça por hobby e o tráfico de animais silvestres (principalmente aves) são hoje um dos maiores problemas ambientais.
Os cervos da caatinga que hoje se restringem a poucos exemplares nas encostas da Serra de Santana e mesmo as poucas onças vermelhas e jaguatiricas são vítimas destes que têm a certeza da impunidade.
Não sei da legalidade das minhas palavras, mas acredito que temos que discutir uma política ambiental onde possamos garantir recursos diretos para os municípios, pois é nos municípios onde vivemos e onde os problemas ocorrem. A exemplo da Educação e da Saúde, acredito que precisamos de recursos diretos para as Secretarias de Meio Ambiente, pois se continuarmos a mendigar recursos nos parcos fundos existentes. Os problemas ambientais tendem apenas a aumentar.
Quem nunca participou de algum curso de capacitação de fundos sócio-ambientais onde os palestrantes falaram que existem milhões em recursos para o meio ambiente. Mas eu pergunto diariamente aos amigos gestores quem conseguiu aprovar um projeto de recuperação para área de caatinga. Onde tem fundo para apoiar a caatinga. Para proteger o Cervo da Caatinga, a Cutia, o Mocó, o Preá, os Camaleões, a Sabiá Laranjeira, o Canário da Terra...

Outro dia brincamos dizendo que teríamos que importar mico leão dourado para a caatinga para podermos conseguir recursos para conservar a caatinga.
Esperamos que possamos sair desta III Conferência Regional, da Estadual e da Nacional com algo de positivo, real e produtivo para o Semi-Árido.

Ms. Getson Luís Dantas de Medeiros
Gestor Ambiental / Currais Novos / RN

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