sábado, 22 de março de 2008

PF investiga Coca-Cola e imunizadora

Por Viktor Vidal e Renato Lisboa
As empresas Coca-Cola e Imunizadora Potiguar estão sendo investigadas pela Polícia Federal do Rio Grande do Norte no inquérito que apura os responsáveis pelo desastre ambiental que matou toneladas de peixe no Rio Potengi em julho de 2007. A Delegacia de Repressão aos Crimes contra o Meio Ambiente da PF está analisando documentos e computadores apreendidos nas duas empresas.
A chefe da delegacia, Simone Macedo, confirmou que o mandado de busca e apreensão foi cumprido na quarta-feira da semana passada para obter subsídios sobre uma informação recebida pelo delegado Asdrúbal Wilson, presidente do inquérito. A suspeita é que o acidente ecológico foi causado pelo lançamento de efluentes captados pela Imunizadora Potiguar na indústria da Coca-Cola.
‘‘O material apreendido está sendo analisado para verificar se há relação do lançamento de efluentes com a data do acidente’’, afirmou Simone Macedo. Ela disse que o inquérito policial foi aberto logo após a mortandade de peixes e crutáceos no Potengi, ocorrida no dia 29 de julho de 2007, acidente considerado o maior desastre ambiental do maior manancial do Estado.
REVIRAVOLTA
A delegada não deu uma previsão para o resultado das análises do material apreendido nem para a conclusão do inquérito. O relatório dessas investigações pode dar novos contornos sobre as causas e responsáveis do acidente. Até agora, apenas a empresa de carcinicultura Veríssimo e Filhos foi apontada como culpada pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente (Idema).
O Idema, inclusive, chegou a dar como encerradas todas as dúvidas em torno dos responsáveis pelo desastre. Com base em laudos e pareceres, o órgão ambiental acusou a empresa Veríssimo e Filhos de ter despejado no Rio Potengi, em curto espaço de tempo, efluente líquido com elevada carga de matéria orgânica, o que teria causado a morte dos animais por asfixia.
A carcinicultora recorreu em todas instâncias e agora aguarda do Idema uma resposta sobre o pedido de reconsideração no processo administrativo. Na justiça estadual corre um processo em que o Ministério Público alega que há ilegalidades relativas à concessão de licenças à Veríssimo e Filhos em desacordo com a legislação. O mérito da ação ainda não foi julgado.
Fonte: Diário de Natal

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