quinta-feira, 3 de abril de 2008

Austrália passa a enterrar gás poluidor

A Austrália começou a testar nesta quarta-feira um polêmico projeto contra o aquecimento global. Cerca de 100.000 toneladas de dioxido de carbono, gás causador do efeito estufa, estão sendo retirados da atmosfera e bombeados para um depósito subsolo. O objetivo no futuro é capturar o CO2 produzido nas usinas de energia movidas a carvão, que poluem severamente o ambiente.
O gás é enviado para um reservatório que fica a dois quilômetros de profundidade, numa cidade a oeste de Melbourne. “Provavelmente, temos aqui o mais completo programa de armazenamento de dióxido de carbono do mundo”, avaliou Peter Cook, chefe do programa, segundo a agência de notícias Reuters.
Há outras iniciativas similares pelo mundo. Na Argélia, já existe um reservatório capaz de guardar 1 milhão de toneladas de CO2 a cada ano em poços a 1.800 metros de profundidade. O objetivo do projeto australiano, porém, é viabilizar esse tipo de mecanismo comercialmente, em larga escala, acondicionando o CO2 até mesmo no mar.
Críticas - A iniciativa, porém, vem recebendo críticas dentro de casa. A senadora Christine Milne acusou o projeto de cerca de 36 milhões de dólares (aproximadamente 64 milhões de reais) de ainda não cumprir a promessa de capturar CO2 diretamente das usinas de carvão. “Anos após a idéia ter surgido como uma alternativa ao consumo de carvão pela Austrália, ainda não temos um piloto que demonstra a tecnologia de captura”, disse. O país é o maior exportador de carvão do mundo e um dos maiores emissores de gás de efeito estufa.
Outros grupos ambientais apontam riscos de vazamento do gás, o que causaria asfixia em larga escala. Peter Cook garante que o mecanismo é seguro e que o CO2 é armazenado em uma camada de arenito no subsolo.
A senadora, porém, defende que o governo deveria trocar o projeto por outras ações, como a implantação em larga escala da energia solar e eólia. “É evidente que deveríamos optar pelas tecnologias ligadas às energias renováveis, que não geram poluição”.
Fonte: site National Geographic, 02/04/2008

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