domingo, 31 de agosto de 2008

Parque da Cidade está inacabado

O Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte foi inaugurado em 21 de junho deste ano. A obra, projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, ocupa uma área de 62,2 hectares e foi orçada em R$ 20 milhões. No entanto, as construções não ultrapassam 3% da área total do espaço. Sua criação objetiva à conservação do ecossistema local, fazendo dele um parque ambiental, ecológico.
Localizado entre os bairros de Candelária, Pitimbu e Cidade Nova, está situado em uma Zona de Proteção Ambiental (ZPA-1), responsável por 70% do abastecimento da cidade. É, portanto, uma das principais fontes de recarga do aqüífero de Natal.
Segundo a Secretaria Municipal de Urbanização (Semurb), o pólo turístico-cultural foi criado para incentivar as práticas de ecoturismo, lazer ativo e contemplativo, além de promover a recomposição e preservação da vegetação nativa e sua conservação como reserva natural da cidade. ‘‘O Parque da Cidade é diferente dos outros porque é um parque ambiental. O trabalho de educação ambiental é o nosso grande atrativo’’, afirma Ana Lúcia, assessora de comunicação da Semurb.
Um dos destaques do projeto é a torre de 45 metros de altura, projetada por Niemeyer com o formato de um olho, de onde é possível ter uma vista panorâmica de Natal. No local também irá funcionar um memorial virtual, contando a história da cidade. A inauguração da torre está prevista para o dia 26 de setembro.
Outra construção é o Centro de Educação Ambiental, local onde se concentram as atividades educativas e a administração do Parque e onde funcionarão a lanchonete e o café, ainda em processo de licitação. Possui uma biblioteca que está sendo montada e uma Sala Verde, espaço interativo sócio-ambiental que dispõe de videos, pesquisas e livros, onde são realizadas oficinas. Dispõe ainda de um auditório com capacidade para 200 pessoas para atividades relacionadas com práticas ambientais.
Às terças e quintas, alunos da rede pública municipal estão visitando o Centro. O Centro possui estrutura de guias para acompanhar os visitantes e à tarde um trenzinho faz passeios no contorna das trilhas mostrando todo o parque.

CRÍTICAS

O Parque da Cidade foi inaugurado com cerca de 90% de sua estrutura pronta. No entanto, as estruturas ainda em construção e outros equipamentos que andam em falta prejudicam o uso do parque. É o caso da falta de bebedores, cuja instalação teria sido requisitada à Caern, mas até agora não aconteceu. A proibição da venda de alimentos dentro do Parque e a falta ainda da estrutura de lanchonete é outro ponto. As escadarias de acesso para o Centro de Educação e o mirante ainda estão sendo construídas.
A trilha para caminhada já está completamente liberada. O percuso total é de 6 quilômetros (ida e volta). A parte da trilha que recebeu iluminação, que vai da entrada da Omar O’grady até a primeira área de descanso, fica aberta até às 20h. As demais áreas fecham às 18h, incluindo a entrada de Cidade Nova e não se sabe se serão iluminadas.
O estacionamento do acesso da Omar O’grady está funcionando plenamente e disponibiliza 230 vagas. Contudo, o estacionamento do acesso de Cidade Nova ainda não está pronto e terá apenas 43 vagas.
Para o ecologista Aristotelino Monteiro, os parques têm que ser prazerosos. Ele criticou o projeto do Parque das Cidade por não levar esse fator em consideração. ‘‘A idéia inicial foi muito boa, aquela zona de proteção ambiental estava sofrendo com a especulação imobiliária e o parque refreou isso, porém enquanto equipamento de lazer ao ar livre deixa a desejar”, disse.

Fonte: Diário de Natal, 31/08/2008

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