domingo, 15 de março de 2009

Temperatura está um grau acima

O verão já está perto do fim contudo o calor em Natal parece não dar trégua. Este ano, a temperatura média da cidade chega a quase um grau acima do normal. “Os dados estão mostrando que a temperatura está meio grau a um grau acima da média”, informa Gilmar Bristot, meteorologista da Empresa de Pesquisa Agropecuário do Rio Grande do Norte (Emparn). Segundo ele a média normalmente varia de 29 a 30 graus Celsius, e este ano, a média já chegou a 30,5º C.
“Nós estamos no verão ainda e o que acontece é que nos meses mais quentes como janeiro, fevereiro e princípio de março, observamos temperaturas um pouco mais altas”, afirma o meteorologista. De acordo com Bristot, Natal está se transformado numa ilha de calor, devido à verticalização da cidade, o desmatamento e a impermeabilização do solo.
Além do aumento da temperatura, Bristot explica que a alta umidade do ar, acima de 80%, eleva ainda mais a sensação de calor, que é chamada de sensação térmica. Gilmar esclarece que a sensação térmica cria uma temperatura que não pode ser medida fisicamente através de um termômetro e cada pessoa irá sentir de forma diferente, vai depender principalmente do biotipo físico e do metabolismo.
O meteorologista explica que a sensação pode aparentar uma temperatura elevada, quando a umidade do ar está alta, como também uma temperatura mais baixa, nos dias em que venta. Bistrot enfatiza ainda que a umidade elevada do ar trabalha como um efeito estufa, uma vez que retém calor. “Estamos no Nordeste e não há sistemas que causem instabilidade capaz de transformar essa umidade em chuva”, completa o meteorologista.

Registrado alto índice de radiação

O meteorologista Gilmar Bristot relata que Natal apresenta índices elevados de radiação ultravioleta. Segundo ele, a média estimada para os próximos dias é de 13, índice considerado extremo. O registro é feito a cada meia hora pelo Centro Regional do Nordeste do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que marca os índices das 7h às 16h. Durante todo o dia de quinta-feira o índice atingiu o ponto máximo às 12h, com 8 pontos, ou seja, índice considerado muito alto. Essa medição pode variar de acordo com a presença de nuvens no céu.
O índice ultravioleta mede o nível de radiação solar na superfície da terra. Além disso, com base neste índice é possível medir o risco do efeito biológico do envermelhecer da pele devido a exposição à radiação solar UV. Esse efeito biológico é conhecido como eritema. A radiação solar é medida através de uma escala que vai de 0 a 16 e quanto maior o Índice UV registrado, maior é o risco. A exposição em excesso causa queimaduras na pele e a longo prazo pode causar câncer de pele entre outros males e doenças.

Avanço do mar destrói casas no RN

Além do aumento da temperatura, as praias na orla do Estado vem sofrendo com o avanço da maré, como as praias de Sagi e Maxaranguape. Na tábua de marés desta quinta-feira, a altura máxima chegou a atingir 2,5 metros no Porto de Natal.
O prefeito de Baía Formosa, Nivaldo Melo, município que abriga a praia de mesmo nome e a praia de Sagi, afirma que está temeroso com o aumento do nível do mar. “Há uma temeridade em relação ao avanço do mar. Há cerca de um ano e meio o mar destruiu muitas casas em Sagi, desabrigando pessoas e trazendo prejuízo”, relata.
Nivaldo Melo diz que a praia de Baía Formosa ainda não passou por situação semelhante, como destruição de casas, contudo ele informa que barreiras e trilhas, usadas pelo turismo local, estão sofrendo interferência do mar. “Os bugueiros estão inclusive com cuidado para usar esses pontos de trilhas e barreiras”, finaliza o prefeito. No município de Maxaranguape, Luiz Aleixo, funcionário da prefeitura, informa que o mar está invadindo casas e comércio. “Aqui em Maxaranguape o mar já arriou várias casas. As pessoas tiveram que deixar as casas, inclusive os veranistas”, frisa. Luiz também relata que no período de carnaval o município ficou alagado e “os foliões não podiam brincar embaixo d’água”.
No município de Tibau do Sul o avanço do mar é percebido por turistas e moradores. “Aqui em Pipa e em todo o litoral o avanço é constante. As pessoas tem colocado pedras e outros paliativos, mas que não são suficientes”, informa Gaspar Cristiano Moreira, Secretário de Meio Ambiente de Tibau do Sul. O secretário afirma que prefeitura não tem nenhum projeto para diminuir o impacto ambiental do avanço do mar ou mesmo a contenção das águas. “O mar vai “comer” a cidade”, enfatiza Gaspar.


Fonte: Tribuna do Norte, 15/03/2009

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