domingo, 20 de fevereiro de 2011

Poluição Ambiental

Poluição toma conta de leito de Rio Pitimbu
Por Francisco Francerle

Um verdadeiro parque de diversões a céu aberto. Assim podem ser resumidos os diversos pontos nos quais a passagem de trilhos da ferrovia, ou mesmo a retirada da mata ciliar permitem à população chegar ao leito do Pitimbu. No conjunto Planalto, as crianças usam a ferrovia sobre o rio como trampolim. No Satélite, as margens se tornam local de piquenique. Em Nova Parnamirim, o futebol rola solto e, no Jiqui, um bom banho é a pedida de quem passa, ou quem é vizinho do Pitimbu.
"Não tenho medo dessa água não. Sempre tomei banho e nunca tive nenhum problema por isso, só não dá para beber. Agora, ruim mesmo é quando lavam os cavalos aqui dentro", afirma o estudante Davi César Ribeiro, de 11 anos. Ele diariamente vai com os colegas tomar banho sob os trilhos do trem, que ligam Natal a Parnamirim, no Planalto. Os garotos fazem da ferrovia o trampolim para mergulhos e acrobacias, enquanto outros moradores usam as águas para lavar roupa e se divertir.
O trecho também serve de local de passagem para o treinamento do maratonista José Pereira da Silva, o "P. Silva". Para o atleta, que corre quase diariamente ao lado do rio, é preciso atenção dos órgãos públicos para com a preservação do Pitimbu. "É muito bonito e precisa ser preservado", defende.
Porém, o que se vê em outro trecho, acessível através do conjunto Cidade Satélite, é que o uso feito pela população não é dos mais conscientes do ponto de vista ambiental. Na área aberta em meio à vegetação podem ser encontrados restos de fogueira, ossos de galinha, diversos cocos abertos, sacos plásticos, latas de cerveja, embalagens de comida e isopores. A própria trilha que leva ao local é marcada pelo despejo de lixo, por parte de quem frequenta a área, bastante movimentada sobretudo nos finais de semana, quando grupos se juntam para se divertir na margem do Pitimbu.
Um pouco mais abaixo no rio, ao lado da antiga "cratera do Mahatma Gandhi", em Nova Parnamirim, os jovens se banham nas águas do Pitimbu e fazem de suas margens, onde se forma uma "pequena praia", campo de futebol para bater bola com os amigos. "Não tenho medo de tomar banho aqui", afirma o estudante Alan Kelvin dos Santos, de 15 anos. Os banhistas, porém, são obrigados a uma convivência forçada com restos de lixo trazidos pelo rio e a presença de cavalos, sendo lavados no local.
No Jiqui, já próximo à lagoa onde o Pitimbu desagua, uma ponte concentra outros grupos que aproveitam as águas do rio como fonte de lazer। "Se esse rio fosse poluído a gente estava mal, mas não, isso aqui é um paraíso", garante o garçom Francisco Barbosa, enquanto brinca com o filho dentro d'água। O local é cheio de árvores frutíferas e também reúne uma grande quantidade de pessoas nos fins de semana.


Fonte: DIÁRIO DE NATAL २०/०२/2011

Nenhum comentário: