terça-feira, 8 de abril de 2008

Rio Mossoró invade área periférica da cidade

Com a cheia do Rio Mossoró, bairros foram alagados e as famílias tiveram de ser retiradas

O nível do rio Mossoró está dois metros e trinta e três centímetros acima do normal. A água que vem do Oeste e Alto Oeste provocou inundações em áreas ribeirinhas, obrigando a Prefeitura Municipal a decretar situação de emergência. Cerca de 40 escolas públicas municipais estão servindo de abrigo para as famílias desabrigadas - que foram retiradas das áreas de riscos nos bairros Alto da Conceição, Ilha de Santa Luzia, Barrocas e Paredões.
A situação de emergência foi anunciada na manhã de ontem pela prefeita Fafá Rosado em virtude do uso de escolas e a estrutura da Gerência do Desenvolvimento Social para abrigar as famílias que necessitavam de ajuda. O secretário municipal de Serviços Urbanos, Trânsito e Transportes Públicos, Alex Moacir, afirma que desde a sexta-feira passada que as equipes da Defesa Civil trabalham.
Ontem algumas ruas próximas ao Centro amanheceram alagadas. A retirada das famílias, segundo Alex Moacir, foi iniciada ainda no domingo. O rio recebeu grande volume d’água da barragem de Santa Cruz e avançou. O estacionamento público localizado por trás do Banco do Nordeste ficou alagado.
No bairro Alto da Conceição, o rio transbordou e alagou quatro ruas e impedindo a passagem de veículos de pequeno porte. Casas e estabelecimentos comerciais foram invadidos. As ruas Romualdo Galvão e Flávio de Oliveira foram as mais afetadas. O nível da água, em algumas áreas, chegou à metade das casas.
Em Paredões, a cheia do rio provocou cenário idêntico. Do trecho compreendido entre rua Jerônimo Rosado, depois da Avenida Dix-neuf Rosado, nenhuma área ficou sem alagamento. O quadro mais crítico, contudo, ocorreu na rua Marechal Floriano, onde a água subiu calçadas e entrou em algumas casas.
No bairro Barrocas, as famílias ribeirinhas foram acordadas com a água entrando em casa. É o caso de Francisca Luzia de Souza, 70, moradora da rua Marechal Deodoro. “Acordei com a água já dentro de casa, às 5h da manhã”, afirma a mulher. Ela recebeu ajuda de vizinhos e levou os móveis para um quarto localizado na rua Tibério Burlamaque.
Ainda na Rua Marechal Deodoro, o rio Mossoró atravessou a rua no trecho que dá acesso à localidade rural de Passagem de Pedras. O Canal que foi construído na década de 90 para escoar água que vinha do residencial Thermas, encheu e teve efeito contrário: a água do rio Mossoró estava sendo desviada para o outro lado da rua, ameaçando famílias que moram de frente ao rio. O espaço da Renovação Carismática Cristã (RCC) e uma vacaria, localizados também na rua Marechal Deodoro, ficaram alagados.
Problema ficou grave desde o domingo
O caos que se instalou nas áreas ribeirinhas de Mossoró foi acentuado no domingo, quando o rio ficou com dois metros e trinta e seis centímetros acima do normal. O secretário Alex Moacir afirma que precisou pedir ajuda ao Pelotão de Trânsito (PELTRAN) para que a Defesa Civil pudesse trabalhar na retirada das famílias que estavam ameaçadas pela cheia.
“Como a água do rio estava tomando conta das ruas, grupos de curiosos se formaram para observar e isso dificultou o nosso serviço e tivemos que pedir ajuda ao Peltran”, comenta o secretário, acrescentando que em situação como essa, espera que a população contribua. “Esperamos a contribuição da população, que não fique só olhando e venha nos ajudar”, diz.
Apesar da situação de emergência, Alex Moacir enfatiza que a situação está sob controle. “A prefeita decretou situação de emergência porque as escolas precisavam ser ocupadas pelas famílias, mas não existe calamidade”, afirma.
O secretário ainda afirma que o maior problema enfrentado pela Defesa Civil diz respeito à posição das famílias que moram em áreas de risco, que querem sair apenas quando a água estiver invadindo as casas. “Sem dúvida, nosso maior problema são as pessoas que querem sair de suas casas somente quando a água estiver dentro de casa.”
Fonte: Tribuna do Norte - 08/04/2008

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