quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Micarla decide anular licenças dos espigões

A prefeita de Natal, Micarla de Sousa, anunciou na manhã desta quinta-feira (4) que anulou a licença concedida pela Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) em janeiro passado para retomada da construção do empreendimento Home Service Villa del Sol, em Ponta Negra. A prefeita também revogou o decreto expedido pelo ex-prefeito Carlos Eduardo Alves que determinava a revisão das licenças.
As declarações foram feitas em coletiva no final desta manhã com a prefeita, o Procurador-Geral de Justiça Manoel Onofre Neto e a promotora do Meio Ambiente Gilka da Mata Dias. Micarla declarou que "compromisso com o meio ambiente é prioridade da nossa gestão. Não abro mão disso."
As decisões da prefeita tiveram como base os estudos realizados por professores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que consideraram o impacto das construções negativo à paisagem urbanística.
Segundo a arquiteta e professora da UFRN Rosa Pinheiro, "se houver edifícios na Vila de Ponta Negra, vai romper e destoar o padrão paisagístico atual, descaracterizá-lo". Rosa Pinheiro Ressaltou, ainda, no estudo, que "os edifícios são de impacto tanto na paisagem quanto no sistema viário e infraestrutura de esgoto".

Fonte: Tribuna do Norte, 04/02/2010


COMENTÁRIOS GUSTAVO SZILAGYI


Parabéns a Prefeita Micarla de Souza Weber pela atitude racional e pela coragem que teve em desfazer o nó de Marinheiro dado pela SEMURB, e que provavelmente poderia vir a comprometer a seriedade da Gestão Verde da administração de Micarla.
Micarla de Souza demonstra nesta atitude, profundo respeito as instituições, principalmente a sociedade. Sua sensibilidade permitiu que ela pudesse ver o quão desgraçada havia sido a Licença emitida pela SEMURB.
se o Ilmo. Sr. Secretário da SEMURB contasse com uma assessoria de licenciamento ambiental mais eficiente, ele poderia ter sugerido tal solução para a Prefeita do Natal ainda em Janeiro, antes de tomar sua caneta na mão e assinar a fatídica licença. Talvez todo esse desgaste pela qual a prefeita, a administração do PVe sua própria imagem tivessem sido preservadas, evitando tanto contra-tempo.
É bom que o Setor de Licenciamento ambiental da SEMURB se conscientizem que a análise ambiental não pode e não deve ser tão fria quanto ao que está escrito na lei. A análise ambiental é subjetiva, envolve muitos fatores que intrissicos entre sí muitas vezes não são previstos na frieza das leis. A análise deve ser cuidadosa, muito bem embasada, sobretudo quanto aos aspéctos técnicos e científicos.
Este caso dos espigões de Ponta Negra são um alerta à Prefeita do Natal do quão perigoso pode ser para a cidade a falta de uma análise mais aprofundada e cuidadosa de projetos de tamanho impacto.
A prefeita deve abrir seus olhos agora para as licenças emitidas na ZPA 08 (Zona Norte de Natal), ZPA esta não regulamentada, em área de nascentes do rio Jaguaribe e com resquícios de Mata Atlântica. Eis uma nova futura dor de cabeça para a prefeita do Partido Verde. Ao sinal do primeiro trator, prepare-se: muita água ainda vai rolar por baixo desta ponte.


4 comentários:

Eduardo disse...

Incrível! Errar uma vez é humano, mas insistir no erro é BURRICE! Pra que foi contra os espigões quando era pedra, ta sentido na pele agora o que é ser vidraça. Espero que a Prefeita aprenda com o seu erro e troque este trapalhão por alguém com verdadeiro compromisso ambiental, e não com projeto político próprio....

Eduardo disse...

Olha, se a Prefeita tiver realmente identificação com a causa ambiental aproveitaria a oportunidade e mandaria à Câmara um projeto de lei declarando o Morro do Careca e Dunas associadas como unidade paisagística de relevante interesse público e tombaria, acabando de vez com as especulações imobiliárias naquela região. Entretanto acredito que compromissos de campanha com o setor da construção civil a impedem de tomar tal atitude. Oxalá eu esteja errado!

Anônimo disse...

É isso aí Gustavo. No filme ou na novela, é o disfarce que revela o bandido! Tudo em exagero, que foge ao bom senso, é duvidoso. A máscara de protetor do meio Ambiente que o Secretário fazia questão de mostrar quando estava em campanha caiu!.

Anônimo disse...

Conclusões:
Carlos Eduardo: raposa política (percebeu imediatamente que a liberação prejudicaria sua credibilidade)
Micarla: ingênua (ainda não percebeu que o seu Secretário é, no mínimo, um trapalhão -zacarias?)
Calazans: burro?, despreparado?, esperto? (foi burrice? se foi, foi das grandes! se nao foi é porque existe alguma coisa cabeluda por trás. Ou seria apenas falta de preparo? o mais provável).
Gustavo: um gênio! (futuro secretário do Meio ambiente).
Eduardo disse...: difícil de acreditar nas boas intenções desse cara.
Eu: Tô de olho!